terça-feira, junho 14, 2005

Sempre achei Degüello um dos melhores discos do ZZTop. Reouvindo agora o lado A, fico na dúvida. É certo que as estranhezas do disco são muito bem-vindas: "Manic mechanic", com seus arroubos kingcrimsoniano, "Lowdown in the Street", com sua levada esperta e meio jazzística e "Chip Sunglasses", com um interlúdio meio Passport/meio Johnny Winter And. Mas quando a banda faz o que sempre fez muito bem, o boogie blueseiro e sujo do Texas, parece estar com o freio de mão puxado. O lado B, que enfim chega, é bem melhor, e quase me faz apagar o que escrevi sobre o lado A. O lado se encerra com a maravilhosa "Esther Be the One", uma belissima balada-pop de melodia irresistível (à lá JJ Cale). A guitarra de Billy Gibbons também está melhor nos momentos em que eles buscam uma fuga de sua sonoridade padrão, excetuando "Hi-Fi Mama", uma porrada Rock'n'Roll com vocal de Dusty Hill (o baixista). Voltaram a essa sonoridade clássica em El Loco, mas o disco é meio borocochô. Em Eliminator conseguiram a equação ideal entre uma orientação FM e o som próprio deles. E vêm seguindo nessa toada com melhor (Antenna, Rhythmeen) ou pior (Recycler, Afterburner) desenvoltura.

ZZ Top's First Album (1971) * * * *
Rio Grande Mud (1972) * * * *
Tres Hombres (1973) * * * * 1/2
Fandango (1974) * * * 1/2
Tejas (1976) * * * * *
Degüello (1979) * * * * 1/2
El Loco (1981) * * 1/2
Eliminator (1983) * * * *
Afterburner (1985) * *
Recycler (1990) * * 1/2
Antenna (1994) * * * *
Rhythmeen (1996) * * * 1/2
XXX (1999) * * *
Mescalero (2003) * * *

Esses dois últimos não estão muito bem na minha memória. Pouco os ouvi. Talvez tenha sido injusto com o XXX. Mas certamente fui injusto com El Loco, mas como ele está cercado de dois belos discos, fica como está, pra marcá-lo como disco de entressafra.

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