segunda-feira, março 17, 2008


Quem me conhece sabe que eu sou chegado num heavy metal. Também deve conhecer minha pequena e simplória teoria de que alguém só pode gostar de heavy metal depois de 22 anos se já gostava antes. Quem nunca curtiu metal na adolescência pode esquecer. No máximo vai gostar de alguns desses metais alternativos endeusados pela crítica, ou que fundem o estilo a outros, como industrial, doom ou música erudita.

O caso do Therion é mais ou menos esse. Muitos consideram Doom Metal, por causa das passagens climáticas. Mas é uma espécie de metal erudito, ou, como já li em algum site europeu, "operistic metal". É uma baita banda, que para mim se aproxima de um rock progressivo de tintas sombrias e pesadas. Um King Crimson escandinavo e mais chegado num coral litúrgico. Deggial (foto), de 2000, talvez seja o melhor momento da banda em disco. Mas Theli (1996) e Vovin (1998) não podem ser esquecidos. Ainda não ouvi os dois últimos discos deles, mas isso será corrigido em breve.

Ah, na adolescência eu tive uma fase heavy metal, de andar por aí com jaqueta cheia de patches de bandas, camiseta preta com caveiras e calças de jeans com tenis brancos. Meu patch do Powerslave, disco clássico do Iron Maiden fez sucesso no colégio em 1985. Essa fase não durou mais que dois anos, mas foi marcante, e até hoje me faz escutar o estilo com um sorriso nostálgico.

Discografia da banda em: http://www.bnrmetal.com/v2/bandpage.php?ID=Ther

sábado, março 15, 2008


Acima estão os dois melhores discos de Peter Gabriel. O de cima é o terceiro, de 1980, intitulado Peter Gabriel (também chamado de Peter Gabriel 3), e é geralmente tido como sua obra-prima. O de baixo é o meu preferido, Peter Gabriel (também chamado de Peter Gabriel IV), de 1982, que nos EUA foi chamado de Security.
O ótimo Stephen Thomas Erlewine, editor do All Music Guide, vai com a maioria, e acha que com o IV ele deu uma guinada em direção ao pop. Pois eu acho que essa guinada para o pop se deu desde seu último disco com o Genesis, o belo álbum duplo e conceitual chamado The Lamb Lies Down on Broadway (1974), que poderia muito bem se chamar Papai Maurice Ravel nos Mostrou o Caminho (e aqui eu brinco com a influência do músico francês e com o personagem retratado no disco, o portoriquenho Rael. Talvez esse IV seja o menos pop da carreira de Gabriel desde então. Cheio de sutilezas e texturas, explorando percussão e efeitos eletrônicos, com melodias se escondendo sob arranjos intrincados e geniais. Um discaço pra ninguém botar defeito. É sua verdadeira obra-prima, com composições sensacionais como "I Have the Touch", "The Family and the Fishing Net", Lay Your hands on Me", "Wallflower" e "Kiss of Life". O terceiro também seria, não fosse a faixa "Biko", que eu nunca tive a oportunidade de enjoar, pois nunca a admirei. Mas tem "I Don't Remeber", "Games Without Frontier", "Intruder" e "And Through the Wire".
Depois de So (1986) começa uma vagarosa e marcante decadência, culminando com o equívoco completo que foi Up (2002), disco que tenta, sem sucesso, acompanhar a linha evolutiva da música pop. Mas não se enganem, Peter Gabriel já foi dos maiores compositores que a música pop teve, com e sem o Genesis.

sexta-feira, março 07, 2008


Formada em 1979 por Geoff Downes e Trevor Horn, The Buggles ficou conhecida especialmente pelo hit "Video Killed the Radio Star", que saiu em compacto no final de 1979 e pouco depois seria o primeiro videoclipe veiculado pela nascente MTV americana. O primeiro disco deles, The Age of Plastic (1980) foi muito elogiado, e considerado uma das melhores coisas a surgir do questionamento tecnológico que se iniciou na virada dos 70s para os 80s. Confesso que acho o segundo disco deles, Adventures in Modern Recording (1981, lançado nos EUA no ano seguinte - foto do alto), tão bom ou igual à estréia. Pelo menos três faixas me fazem pensar isso: "Vermillion Sands", uma das mais esquizofrênicas composições do mundo pop, "Inner City", faixa climática e bem bonita, e "I Am a Camera", versão buggle para "Into the Lens", composta por Downes e Horn e incluida no álbum Drama, do Yes (é o álbum que tinha Downes substituindo Rick Wakeman e Horn no lugar de Jon Anderson - muito bom, mas obviamente injustiçado pelos fãs do Yes). O negócio de Trevor Horn era ser produtor, e foi o que ele fez a seguir. Geoff Downes montou o Asia, com John Wetton, Carl Palmer e Steve Howe. Fizeram um belíssimo disco de estréia em 1982, mas os outros são, no máximo, razoáveis.