quinta-feira, junho 02, 2005

Gosto muito, muito mesmo de Steely Dan. Grandes músicos e grandes compositores. Às vezes, a guitarra de "Skunk" Baxter (ou Denny Diaz - não me lembro mais qual o dos rompantes violentos) torna-se pesada, feroz, mas o que reina na maior parte do tempo é uma malemolência que torna a música deles uma delícia de se ouvir. A voz de Donald Fagen tem um charme que combina muito bem com as discretas intervenções de sopros, e com as levadas mais funkeadas também. Não dá pra classificar muito a banda, mas o grosso das tentativas batem nas teclas do blues, do jazz, do soul e do folk, revestidos com um senso urbano que dá a impressão de que os discos foram gravados em cima do asfalto, com diversos edifícios em volta e um trânsito caótico desviando deles. Ouvia muito no carro o Kamikiriad (segundo disco solo de Fagen) no carro, pois foi lançado na época infeliz em que eu era obrigado a dirigir cerca de duas horas todos os dias. Isso certamente me fazia menos infeliz (baita disco festeiro). Ouvir Steely Dan do primeiro (Can't Buy a Thrill, de 1972) ao Aja (disco de 1977) e descontando a entressafra criativa de Katy Lied (que não é um mau disco, longe disso) é um presente dos bons deuses da música. Meu preferido é Pretzel Logic (terceiro LP, de 1974), mas Royal Scam (quinto, 1976) insiste em lhe roubar o posto de tempos em tempos.

P.S. agora escuto uma coletânea de pop italiano que mostra muito bem o desenvolvimento de certas bandas (Pooh, Formula 3, PFM, New Trolls) do pop ao progressivo. A coletânea tem muito mais pop, e por isso foi dispensada por um amante de progressivo que frequenta a loja, mas é muito boa, principalmente por me fazer lembrar que "Piccola Katy", canção estranha e deliciosa, era um hit da banda Pooh (que depois virou prog e depois discoteque).

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