quarta-feira, dezembro 24, 2008

Alexander the Great, última faixa do LP Somewhere in Time (1986), do Iron Maiden. Aos 4:45 começa o solo épico de guitarra. Vai até os 7:20. É um dos momentos mais soberbos da história do rock, e por conseqüência, da música.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Tava reouvindo alguns discos da banda inglesa XTC. Impressionante como depois de acertar o prumo com Drums and Wires e Black Sea eles entraram em um período de indefinições e melodias estranhas - justamente a época do colapso nervoso de Andy Partridge, que quis sozinho imitar os Beatles e não fazer mais shows. Lançaram três discos irregulares, English Settlement, Mummer (um dos momentos mais fracos da carreira da banda) e The Big Express, um sinal de que a coisa estava já bem melhor.

Em seguida, embarcaram nas gravações da obra-prima Skylarking, com produção do mago Todd Rundgren. Daí em diante só voltariam a fazer um disco que não fosse excelente em 2000, quando lançaram Wasp Star.

White Music (1978) * *
Go 2 (1978) * *
Drums and Wires (1979) * * * *
Black Sea (1980) * * * *
English Settlement (1982) * * *
Mummer (1983) * *
The Big Express (1984) * * *
Skylarking (1986) * * * * *
Oranges and Lemons (1989) * * * *
Nonsuch (1992) * * * *
Apple Venus Pt 1 (1999) * * * * *
Wasp Star (Apple Venus Pt 2) (2000) * * *

obs: ficaram de fora desta lista de cotações o projeto The Dukes of Stratosfear, que rendeu um EP e um LP entre 1984 e 1985 (ambos bem legais) e a coletânea de raridades Homegrown, que é bem interessante.

terça-feira, novembro 04, 2008


Ode ao Heavy Metal:

Não foi o primeiro álbum de metal que eu tive. Foi o quarto, se não me engano. Ou o primeiro, se levarmos em conta que Deep Purple e AC/DC não são metal. O fato é que British Steel, do Judas Priest, mudou minha vida em 1981.

Aquele foi o ano em que deixei de ouvir Queen, Rolling Stones e Beatles para buscar coisas mais pesadas. O ano da descoberta dos básicos do Rock pesado, um ano antes de quando vendi o Jazz, uma das obras-primas do Queen, com poster e tudo, por uma bagatela, para ir à Woodstock, que na época ficava na Rua José Bonifácio, comprar Scorpions (Blackout).

Foi assim, com os básicos do Heavy Rock, que segui vivendo feliz e pseudo-rebelde até o comecinho de 1985, quando a Globo criou a definição metaleiro e vários adolescentes descobriram que era legal curtir o estilo e deixar o cabelo crescer. Era a hora de radicalizar. Troquei meus discos do Saxon, Judas e Scorpions por coisas mais agressivas como Metallica, Anthrax e Destruction. Andava pelos corredores do Firmino de Proença - onde fiz todo o segundo grau - amaldiçoando fãs de Kiss, Aerosmith e outras coisinhas leves.

Nessa mesma época, fui com um vizinho e meu irmão ao Rock Show, um cinema que só passava shows de rock e que deve ter fechado pouco depois. Lembro que vimos uma turnê do Venom (do terceiro disco, At War With Satan), e voltamos para casa tarde da noite, descendo a rua abraçados e batendo o pé, cantando num uníssono embriagado não de bebida, mas de genuína felicidade: "countess... bathory" - uma das faixas do Black Metal, segundo álbum do Venom, e de onde saiu o nome de uma banda sueca (se não me engano) chamada Bathory (cujos dois primeiros discos eu achava antológicos na época - nunca mais os escutei).

Claro que essa fase não resistiu até o verão seguinte, quando caí de cabeça no tecno pop e no new romantic e passei a usar tênis iate e calças de popelina (lembram da Ron Jon?). Comecei a ouvir 14 Bis e pirei com o terceiro disco dos caras, Espelho das Águas.

Depois veio a fase progressivo, que consumiu vários anos da minha vida. Durante essa fase progressiva, descobri muitas coisas boas que não tinham nada a ver com progressivo, e que me deixaram com gosto musical bem eclético, exceto por não querer mais saber de metal (realmente, a Globo na época enchia o saco com aquele lance de metaleiros). Admirei as bandas grunge, mas nunca as comparei com o metal que eu adorava anos antes. Preferia voltar a Velvet Underground e Joy Division (mas Doors nunca fez minha cabeça)

Voltei a curtir metal como um doido quando comecei a trabalhar na Nuvem Nove, a loja de Cds e Lps do meu amigo José, em 1997. Nessa época vários discos raros começaram a sair em CD na Europa, e a paridade do real com o dolar permitia que eu tivesse todos eles, e relembrasse as audições em fitas sujas gravadas na galeria do Rock (Forged In Fire, do Anvil; The Natives are Restless, do Hawaii; Infernal Overkill, do Destruction; Fire in the Brain, do Oz, e tantos outros).

Em 2000, montei minha própria loja, e o que mais me satisfazia não era vender vários discos para um descolado qualquer que saísse vibrando com coleções quase completas do Pavement ou do Yo La Tengo (bandas boas, por sinal), mas um desconto caprichado para um morador de periferia que quisesse ter em sua coleção o primeiro Piledriver (Metal Inquisition = clássico), ou o primeiro do Metal Church, ou do Avenger alemão (que depois virou Rage). Era a felicidade desses fãs humildes que me emocionava. Era para eles que eu queria vender. Eles lembravam minha adolescência, quando um disco comprado era motivo para a maior felicidade do mundo, e quando eu lembrava onde e quando tinha comprado cada vinil de minha coleção.

De lá para cá, nunca mais deixei de escutar discos do estilo, pela energia que provocam, pela felicidade meio adolescente que fazem surgir mesmo nos dias mais tristes, pela fúria que jorra dos sulcos. Mas nunca mais tive o prazer de comprar um vinil desses, prazer que as facilidades do MP3 não traz de volta.

O que quero dizer com este post muito pessoal? Não sei. Só sei que em alguns dias a melhor coisa para se escutar é um bom e virulento disco do Slayer, por exemplo. Cura até gripe chata.

sábado, setembro 13, 2008







Ao contrário do que muita gente diz, o melhor da música nos anos 1970 está no pop descartável, não no punk-rock, no metal, ou no rock progressivo. Ouça os quatro discos do Pilot é você vai ter uma idéia do que estou falando. Acima estão os melhores: Morin Heights (1976), o terceiro, que contém o hit "Canada", que fez com que muita gente até hoje ache que a banda é canadense; e Two's a Crowd (1977), o quarto, e a obra-prima da banda. No All Music Guide diz que esse disco é brilhante mas não teve nenhum hit. Mas pelo menos no Brasil a faixa de abertura fez muito sucesso. Chama-se "Get Up and Go", e é uma entrada perfeita em um mundo de melodias abusadamente tolas, mas delirantemente irresistíveis.
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From the Album of the Same Name (1974) * * * *
Second Flight (1975) * * *
Morin Heights (1976) * * * *
Two's a Crowd (1977) * * * * *

terça-feira, setembro 02, 2008

Lucifer Was, banda norueguesa que fazia um hard-prog no início dos anos 70, saiu de circulação, e voltou em 1997 com uma regravação de material antigo para um disco de estréia chamado Underground and Beyond. O disco não é grande coisa, mas tem ao menos duas grandes (digo, grandes mesmo) faixas: "Fandango" e "Out of the Blue".

Muito melhor é o disco seguinte, cheio de material inédito e de um ecletismo quase suicida. In Anadi's Bower, de 2000, lembra Trouble, Candlemass, Jethro Tull, Kinks (em umas duas ou três faixas) e Manic Street Preachers (em uma faixa chamada "Ship on the Ocean"). Tamanha salada sonora não tinha muito como emplacar no restrito e pedante mercado do rock progressivo (que é onde eles, inevitavelmente, foram se inserir), mas até que fez certo barulho na época. Os discos seguintes não repetem a beleza de In Anadi's Bower, mas têm seus momentos. Ao menos Blues From Hellah, de 2004. O último, The Divine Tree (2007), é sensivelmente mais fraco, principalmente porque é comum.

Se você for do tipo que só baixa músicas, nunca um disco, escolha as seguintes, todas do segundo disco, In Anadi's Bower: "Behind Black Rider", "Darkness" e "Little Child", além da faixa título e das duas do primeiro disco citadas acima.

P.S. tentei reescutar o Screamadelica, do Primal Scream, e realmente não dá. Deve ser um dos discos mais superestimados da história. Pseudo-psicodelismo revestido de exotismo de maconheiro. Um porre. A banda é muito melhor em Xtrmntr (a obra-prima deles) e Evil Heat. Em Vanishing Point também, claro.

quinta-feira, agosto 28, 2008

(atendendo a pedidos)
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cotações Rolling Stones:
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The Rolling Stones (1964) * * *
The Rolling Stones Nº 2 (1965) * * * *
The Rolling Stones Now (1965) * * *
Out of Our Heads (1965) * * *
December's Children (1965) * * * *
Aftermath (1966) * * * * *
Got Live if You Want it (1966) * * *
Between the Buttons (foto) (1967) * * * * *
Flowers (1967) * * * * *
Their Satanic Majestie's Request (1967) * * * *
Beggar's Banquet (1968) * * * * *
Let it Bleed (1969) * * * *
Get Yer Ya Ya's Out (1970) * * * *
Sticky Fingers (1971) * * * * *
Exile on Main Street (1972) * * *
Goat's Head Soup (1973) * * *
It's Only Rock 'n' Roll (1974) * *
Black and Blue (1976) * * * *
Love You Live (1977) * *
Some Girls (1978) * * * * *
Emotional Rescue (1980) * * * *
Tattoo You (1981) * * * * *
Still Life (1982) * * * *
Undercover (1983) *
Dirty Work (1986) *
Steel Wheels (1989) * *
Flashpoint (1991) * *
Voodoo Lounge (1994) * *
Striped (1995) * *
Bridges to Babylon (1997) * * *
No Security (1998) * *
Love Licks (2004) * * *
A Bigger Bang (2005) * * *
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obs: decidi manter algumas coletâneas dos anos 60 por terem músicas lançadas apenas em compactos, ou em edições para mercados específicos. São quase consideradas discos de carreira por isso.
obs-2: Let it Bleed e Emotional Rescue ficam sempre muito perto de ganhar a quinta estrela.
obs-3: Sim, é uma grande banda que perdeu o caminho no começo da década de 80.

sábado, agosto 16, 2008

"I'll show you where the white lillies grow
On the banks of Italy
I'll show you where the white fishes swim
At the bottom of the sea"

O baixo, a levada agradável, a voz mágica de Maddy Prior...

"Demon Lover", sexta faixa do disco Commoner's Crown (1975), da banda Steeleye Span. É uma canção tradicional, como várias outras que o grupo interpretou. Se essa versão deles, essa pequena grande sexta faixa desse disco (de que, aliás, já gostei mais um dia - monstrou-se irregular nesta nova reaudição) tido como dos melhores do folk britânico, deve ser o pedaço de música pop mais bonito que eu já ouvi.

É para ouvir no mínimo dez vezes, como estou fazendo agora. Não há horário de trabalho que resista a coisa tão bela.

Depois vale colocar na segunda, "Bach Goes to Limerick", maravilha de instrumental.

terça-feira, agosto 12, 2008

Falando em NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), há uma distância entre um extremo e outro que daria para contornar todo o mapa do metal mundial. Do Quartz ao Atomkraft, por exemplo, dá para vislumbrar várias das tendências que dominaram o gênero nos anos 80. Costumo dizer que tirando algumas exceções, a maioria dos discos da NWOBHM conjugam o melhor e o pior do rock, muitas vezes dentro até de uma mesma faixa.

No caso do Quartz isso fica mais evidente. Reouvi Stand Up and Fight (1980), e a impressão era a de ouvir um best of e um worst of ao mesmo tempo. Metal classicista, melódico, com muita influência dos anos 70, mas já buscando uma sonoridade oitentista (nos melhores momentos), e com o vocal de Mike Taylor soando parecido demais com o de Kevin DuBrow (do Quiet Riot), o que não é nada bom.
Atomkraft era da turma do Venom, e lembro também de alguma conexão com o Motorhead (mas não lembro qual). É considerado NWOBHM na BNR, mas é power metal, com quase ausência total de melodia, e muita fúria nas guitarras. Seu álbum de estréia, Future Warriors (1985), é bem coeso, mas não chega a empolgar como quando eu o escutava na época. Num canal a guitarra endiabrada, voando feito louca. No outro, a batida pontual e o baixo funcional. Era um power trio, mas o som era de quarteto (ao contrário do Venom, eles gravavam guitarras sobrepostas, falseando o que era para ser a sonoridade de um trio).
Discos de NWOBHM que não vingaram nas paradas, mas são fantásticos de cabo a rabo se contam nos dedos: Satan (Court in the Act), Blitzkrieg (A Time of Changes), Vardis (Quo Vardis), Raven (Rock Until You Drop)... e mais uns dois ou três que eu esteja esquecendo. O restante estourou como Saxon, Iron Maiden, Judas Priest, ou teve seus momentos, como Blind Fury, Nightwing, Girl e tantas outras bandas simpáticas.

sábado, agosto 09, 2008

Taxi de emergência para o Metrô. 8 minutos apenas. Entrei tava tocando a introdução de Joe's Garage, uma das obras-primas do Zappa ("this is the central scruuuuuutinizer..."). Emenda com "You Don't Remember, I'll Never Forget", uma das poucas coisas realmente boas de Yngwie Malmsteen (LP Trilogy), com o taxista empolgado, batucando no volante ao ritmo da música. Aí percebo que o cara é gigante, e tem um monte de tatuagens de caveira no braço. Pensei, deve vir mais metal em seguida. Que nada. "Kiss on My List", dos geniais Daryl Hall & John Oates.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Um paralelo nada óbvio, mas impressionante. Tava ouvindo o compacto que Ney Matogrosso fez com Fagner em 1975, uma obra-prima. Foi inevitável pensar que a decadência da MPB é a maior decadência que eu já vi em qualquer forma artística. O que foi, e o que é hoje, quando Maria Rita é saudada como genial e um monte de outras cantoras que cantam quase igual surgem a cada mês com um repertório de fazer vergonha ao passado de nossas canções (salvo raras exceções).

Aí penso no pop mais descartável feito para o mercado americano (seja nos EUA mesmo ou na Inglaterra), e percebo o quanto esse pop descartável se manteve digno de interesse. Um exemplo é Britney Spears, que após dois discos bem simpáticos, partiu para uma redefinição de si mesma, e de uma confrontação com os limites de sua estatura pop no terceiro e excelente Britney, de 2001, com a espetacular "Overprotected". No quarto, o In The Zone que ilustra este post, o mega-hit "Toxic", canção capaz de pulverizar nossos auto-falantes. Esse disco é uma consolidação do que ela ensaiava brilhantemente em Britney.

Em 2007, gorduchinha e vulgarizada, lança o impressionante Blackout, seu disco mais redondo (sem trocadilhos) até então. Tão redondo que nem sei quais canções destacar. Precisaria ouvir novamente. Também é o que tem menos momentos baixos, pelo mesmo motivo.

Agradecimentos aos novos e queridos amigos. Um me presenteou com boa parte do que escutei ontem e hoje, outra ofereceu o local para que Blackout ecoasse poderoso.

domingo, junho 29, 2008

Uma das minhas bandas favoritas do selo 4AD é o Dead Can Dance. Na verdade, é um duo australiano formado por Brendan Perry e Lisa Gerrard. Os que valem são os três primeiros, começando com o homônimo (1984), ainda pós-punk, mas já com algumas sacadas climáticas, meio progressivas, e uma levada jazz deliciosa em "East of Eden". A transição foi com o sensacional Spleen and Ideal (1985), muito mais carregado do clima soturno, já mais próximo de um progressivo oitentista (que teria, do outro lado da moeda, o Depeche Mode de Black Celebration). Encerrando a trinca genial com esse aí da foto, o terceiro Within the Realm of a Dying Sun (1987), que abre com a melhor faixa de toda a carreira do duo, mesmo quando separados: "Anywhere Out of the World".

segunda-feira, abril 21, 2008


O Rei - fase do medalhão (1973-1978, com recaída em 1981):
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Roberto Carlos 1973
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É injusto comparar com os dois discos anteriores, das maiores obras-primas que o rei compôs. RC73 pode ser considerado um álbum de procura por novos caminhos. O medalhão que ele ostenta na contra-capa, e que pode ser visto em todos os discos seguintes até 1981 (com a exceção de RC1979 e RC 1980) talvez seja uma indicação dessa busca. Aqui começa também a parceria com uma das maiores compositoras que já tivemos, Isolda (que compunha junto de seu irmão, Milton Carlos). A faixa é "Amigos, Amigos", que é um pequeno sinal do que viria a seguir. As melhores do disco, no entanto, são "A Cigana", "Palavras", "Atitudes" (de Getúlio Cortes), "Proposta", "O Moço Velho" (de Sílvio Cesar), "O Homem" e "Rotina".
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Roberto Carlos 1974 (foto de baixo)
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Não só a obra-prima da fase medalhão, como um dos melhores discos do Rei. Já começa com a belíssima "Despedida", com um ar melancólico difícil de descrever. É o disco que tem "O Portão", uma das canções mais belas da história da música popular, tanto pela letra, de uma poesia inimaginável, como pela melodia e pelo arranjo que não tem medo de flertar com o brega e até com o progressivo (o discreto moog que apita de vez em quando). Há ainda a inacreditável "A Estação", que retoma o padrão das músicas fortes de traumas iniciado com "Traumas" (em RC71) e que atingiu o pico em "Por Amor" e "O Divã" (ambas de RC 72). Quem ainda acha pouco, pode ouvir "Jogo de Damas", a melhor composição de Isolda e Milton Carlos (e uma das maiores canções já feitas) com uma interpretação de fazer chorar do Rei. Só essas quatro já serviriam para colocar o disco entre os melhores já lançados na Terra. Mas ainda tem "Eu Quero Apenas", "Resumo" (de Mário Marcos e Eunice Barbosa), "A Deusa da Minha Rua" (de Newton Teixeira e Jorge Faraj) e "Você". Realmente, um disco fora de série.
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Roberto Carlos 1975
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Um disco bem esquisito, talvez o mais fraco do período áureo (1967-1977). Mas conquista aos poucos. Depois da obra-prima anterior, afinal, poucos discos não iriam decepcionar. A faixa de Isolda e Milton Carlos (que já tinham se tornado habituées dos discos do Rei) é a belíssima "Elas Por Elas", que é mais fraca que "Jogo de Damas" (de RC74), mas quase todas as canções são. A mais estranha é "El Humahuaqueño" (de Zaldivar), que é bem divertida e bacana. As melhores são "O Quintal do Vizinho", "Olha" e "Mucuripe", a bela versão para a música de Fagner e Belchior.
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Roberto Carlos 1976
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Talvez seja o terceiro melhor da fase medalhão, RC76 é um disco mais roqueiro, tanto pela ótima faixa de abertura, "Ilegal, Imoral ou Engorda", como por "Minha Tia", deliciosa homenagem a um parente distante e a um tempo que se foi. A genial Isolda contribui com duas canções fantásticas: "Um Jeito Estúpido de Te Amar", de uma sensibilidade única, e "Pelo Avesso", que consegue ser ainda melhor, quase chegando perto da maior de todas "Jogo de Damas" (de RC74). Mas perdoem essa minha mania de hierarquizar tudo. RC76 é um disco tão gostoso de se ouvir que quase dá vontade de considerá-lo uma outra obra-prima, esquecendo das duas ou três faixas que só cumprem o papel de encher o LP. Ah, esqueci de dizer que o disco ainda tem "Os Botões" e "O Progresso".
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Roberto Carlos 1977 (foto de cima)
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Segundo melhor disco da fase medalhão, e uma coletânea involuntátia, já que todas as canções fizeram sucesso na época. É um disco tão redondo que estabeleceria uma nova fórmula, derivada da anterior, mas ainda mais formatada e seguida à risca nos discos seguintes. A abertura animada de "Amigo" é a faixa mais fraca do disco, e por aí já dá pra medir o quão bom ele é. Minha preferida, se eu só puder escolher uma, é "Sinto Muito Minha Amiga", que tem uma frase que carregarei até o final da minha vida: "saber quem é culpado não resolve nossa vida", dita pela voz sentida e sofrida do Rei. Isolda contribui com a maravilhosa "Outra Vez", homenagem ao irmão falecido em acidente de carro. E o disco ainda tem a erótica e genial "Cavalgada", em que "estrelas mudam de lugar e chegam mais perto só pra ver". Outras que se destacam em um disco todo destacado são "Nosso Amor (de Mauro Motta e Eduardo Ribeiro), "Falando Sério" (de Maurício Duboc e Carlos Colla), "Não Se Esqueça de Mim", "Jovens Tardes de Domingo" e "Muito Romântico" (de Caetano Veloso).
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Roberto Carlos 1978
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A fórmula aperfeiçoada no disco anterior começa a dar sinais de cansaço. tanto pela música de abertura ser a mais fraca em muitos anos, como pela irregularidade geral da coleção. É, ainda assim, um disco de momentos geniais. As melhores são "Lady Laura", "Vivendo por Viver" (de Marcio Greyck), "Música Suave", "Café da Manhã", "Tente Esquecer" (de Isolda) e "Todos os Meus Rumos" (de Fred Jorge), sendo que a primeira e a última citadas estão entre os grandes momentos de sua carreira.
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Roberto Carlos 1979
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A fórmula continua, ainda com sinais de cansaço, mas desta vez a abertura é fenomemal: "Na Paz do Seu Sorriso", que é do nível de "Lady Laura" e "Todos os Meus Rumos", do disco anterior. Uma outra canção se iguala a essas, "Meu Querido Meu Velho Meu Amigo". Outras faixas que merecem destaque, ainda que estejam degraus abaixo, são "Abandono" (de Ivan Lancellotti), "Desabafo" e "Me Conte Sua História" (de Maurício Duboc e Carlos Colla).
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Roberto Carlos 1980
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Descendo a ladeira. É o disco mais fraco do rei desde sua estréia renegada. As únicas canções que não fariam feio no disco de 1977 são "Guerra dos Meninos", "Amante à Moda Antiga", e com certo jeitinho "Procura-se" (de Roberto e Ronaldo Bôscoli).
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Roberto Carlos 1981
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"As Baleias" é melhor do que qualquer música do disco anterior. Mas este encerramento da fase medalhão ainda nos reserva "Cama e Mesa", "Emoções", "Tudo Pára" e "Ele Está Pra Chegar", provando que a dupla de sempre está novamente inspirada. A fórmula ainda é a mesma, mas por uma arejada nos arranjos ela até parece um pouco modificada. É o melhor disco desde RC77.
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obs: (Todas as faixas mencionadas foram compostas por Roberto e Erasmo Carlos, exceto quando incidado)

sábado, abril 05, 2008


O inglês Rod Temperton é um grande compositor injustiçado. Não bastasse ser o compositor de "Rock With You", "Off the Wall" e "Thriller", de Michael Jambers, Temperton é o homem por trás dos hist do Heatwave, banda de americanos que tomaram-no como uma espécie de mentor, sem que ele fosse conhecido. Mais tarde, Quincy Jones o incorporou a seu staff, e por isso ele compôs algumas faixas para Jambers. Muitos dizem que Jones o desprezava por achá-lo gênio e ameaçador demais... é, pode ser.

Os dois primeiros discos do Heatwave - Too Hot to Handle (1976) e Central Heating (1977) - têm funks chacoalhantes da melhor espécie. Esse da foto é o terceiro, Hot Property (1978), meu favorito de hoje (os outros dois também foram favoritos várias vezes). Depois, Temperton compôs menos para eles, mas ainda fizeram um belo quarto disco, Candles (1980), e um quinto que eu mal lembro como é, Current (1982).

Se quiser conhecer algumas faixas para começar, tente achar "Boogie Nights", "Razzle Dazzle", "Eyeballin'", "Central Heating", "Groove Line" e "Super Soul Sister", nessa ordem. Se até o minuto final de "Razzle Dazzle" você não estiver dançando, sinal de alerta. Se até a sexta faixa você não tiver sido conquistado, tente outro dia - você acordou com o pé esquerdo.

segunda-feira, março 17, 2008


Quem me conhece sabe que eu sou chegado num heavy metal. Também deve conhecer minha pequena e simplória teoria de que alguém só pode gostar de heavy metal depois de 22 anos se já gostava antes. Quem nunca curtiu metal na adolescência pode esquecer. No máximo vai gostar de alguns desses metais alternativos endeusados pela crítica, ou que fundem o estilo a outros, como industrial, doom ou música erudita.

O caso do Therion é mais ou menos esse. Muitos consideram Doom Metal, por causa das passagens climáticas. Mas é uma espécie de metal erudito, ou, como já li em algum site europeu, "operistic metal". É uma baita banda, que para mim se aproxima de um rock progressivo de tintas sombrias e pesadas. Um King Crimson escandinavo e mais chegado num coral litúrgico. Deggial (foto), de 2000, talvez seja o melhor momento da banda em disco. Mas Theli (1996) e Vovin (1998) não podem ser esquecidos. Ainda não ouvi os dois últimos discos deles, mas isso será corrigido em breve.

Ah, na adolescência eu tive uma fase heavy metal, de andar por aí com jaqueta cheia de patches de bandas, camiseta preta com caveiras e calças de jeans com tenis brancos. Meu patch do Powerslave, disco clássico do Iron Maiden fez sucesso no colégio em 1985. Essa fase não durou mais que dois anos, mas foi marcante, e até hoje me faz escutar o estilo com um sorriso nostálgico.

Discografia da banda em: http://www.bnrmetal.com/v2/bandpage.php?ID=Ther

sábado, março 15, 2008


Acima estão os dois melhores discos de Peter Gabriel. O de cima é o terceiro, de 1980, intitulado Peter Gabriel (também chamado de Peter Gabriel 3), e é geralmente tido como sua obra-prima. O de baixo é o meu preferido, Peter Gabriel (também chamado de Peter Gabriel IV), de 1982, que nos EUA foi chamado de Security.
O ótimo Stephen Thomas Erlewine, editor do All Music Guide, vai com a maioria, e acha que com o IV ele deu uma guinada em direção ao pop. Pois eu acho que essa guinada para o pop se deu desde seu último disco com o Genesis, o belo álbum duplo e conceitual chamado The Lamb Lies Down on Broadway (1974), que poderia muito bem se chamar Papai Maurice Ravel nos Mostrou o Caminho (e aqui eu brinco com a influência do músico francês e com o personagem retratado no disco, o portoriquenho Rael. Talvez esse IV seja o menos pop da carreira de Gabriel desde então. Cheio de sutilezas e texturas, explorando percussão e efeitos eletrônicos, com melodias se escondendo sob arranjos intrincados e geniais. Um discaço pra ninguém botar defeito. É sua verdadeira obra-prima, com composições sensacionais como "I Have the Touch", "The Family and the Fishing Net", Lay Your hands on Me", "Wallflower" e "Kiss of Life". O terceiro também seria, não fosse a faixa "Biko", que eu nunca tive a oportunidade de enjoar, pois nunca a admirei. Mas tem "I Don't Remeber", "Games Without Frontier", "Intruder" e "And Through the Wire".
Depois de So (1986) começa uma vagarosa e marcante decadência, culminando com o equívoco completo que foi Up (2002), disco que tenta, sem sucesso, acompanhar a linha evolutiva da música pop. Mas não se enganem, Peter Gabriel já foi dos maiores compositores que a música pop teve, com e sem o Genesis.

sexta-feira, março 07, 2008


Formada em 1979 por Geoff Downes e Trevor Horn, The Buggles ficou conhecida especialmente pelo hit "Video Killed the Radio Star", que saiu em compacto no final de 1979 e pouco depois seria o primeiro videoclipe veiculado pela nascente MTV americana. O primeiro disco deles, The Age of Plastic (1980) foi muito elogiado, e considerado uma das melhores coisas a surgir do questionamento tecnológico que se iniciou na virada dos 70s para os 80s. Confesso que acho o segundo disco deles, Adventures in Modern Recording (1981, lançado nos EUA no ano seguinte - foto do alto), tão bom ou igual à estréia. Pelo menos três faixas me fazem pensar isso: "Vermillion Sands", uma das mais esquizofrênicas composições do mundo pop, "Inner City", faixa climática e bem bonita, e "I Am a Camera", versão buggle para "Into the Lens", composta por Downes e Horn e incluida no álbum Drama, do Yes (é o álbum que tinha Downes substituindo Rick Wakeman e Horn no lugar de Jon Anderson - muito bom, mas obviamente injustiçado pelos fãs do Yes). O negócio de Trevor Horn era ser produtor, e foi o que ele fez a seguir. Geoff Downes montou o Asia, com John Wetton, Carl Palmer e Steve Howe. Fizeram um belíssimo disco de estréia em 1982, mas os outros são, no máximo, razoáveis.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008



É incrível como o primeiro disco do Soft Cell - Non Stop Erotic Cabaret (fotos das capas do vinil) -, de 1981, é uma obra-prima histórica. Uma viagem pelos pulgueiros sexuais mais baratos, sórdidos e sujos; uma ode à perversão e à libidinagem. As letras de Marc Almond são do nível das melhores que Lou Reed já fez. E as melodias até hoje me impressionam. Lembro de ter dito isso a um amigo certa vez, e ele me ridicularizou. Achava um absurdo que tal disco fosse tão bom. Jogando verde alguns meses depois, citei novamente o disco, e ele concordou que era uma obra-prima. É impressonante que nunca tenha sido lançado em CD no Brasil, e até outro dia não existia nos EUA também. Uma das maiores obras dos anos 80, em toda arte pop. Desculpe a empolgação, mas o disco é realmente demais.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008


São dois discos de 1983. Fazia uns vinte anos que eu não ouvia The Romantics, banda que começou meio hard rock poser punk e virou new-romantic com tintas de AOR (Adult Oriented Music). Motivado pelas vinhetas da VH1, resolvi ouvir o disco deles do tal ano, In The Heat (depois da virada de estilo), para comprovar que a úncia música boa (e, no caso, muito boa) é a da vinheta: "Talking In Your Sleep". As restantes são um arremedo do pior que se fazia na época, algo entre um Visage com defeito e um Adam & the Ants sem 1% da genialidade. Uma pena.
Aí o jeito foi passar para outro disco de 1983, o clássico Thriller, de Michael Jackson, que acabou de sair em versão comemorativa de 25 anos, cheia de bônus e outras frescuras mais (para obrigar o fã que já havia comprado a remasterizada definitiva que saiu anos atrás comprar de novo - haja falta de respeito). Não é tão bom quanto Off the Wall (1979), mas é um belo disco. Só "Billy Jean", "The Girl is Mine" e "Human Nature" bastam para justificar a fama do disco. Serviu também para reabilitar o estranho ano de 1983 (decadência da new-wave, da black music e do pós-punk, ano de entressafas no Heavy Metal e de indecisões no hip-hop e no tecno-pop.

atualização: Thriller, na verdade, foi lançado em 1982. Minha memória é da época do lançamento nacional, e com isso não fui verificar. Foi mal. Obrigado ao leitor João Carls, que me avisou.
Não chega perto da obra-prima I Am Shelby Lynne, mas é bem bonito. Daquele tipo de disco que te cativa aos poucos, demora para se afirmar, mas quando o faz, te pega de jeito.

domingo, fevereiro 10, 2008

Redescobrindo Adam and the Ants. Lançaram três belos discos entre 1979 e 1981. O melhor deles é esse aí da foto, Kings of the Wild Frontier (1980). É nele que está "Antmusic", um hino do pós-punk tribal, a meio caminho da new-romantic que eles imortalizariam no álbum seguinte, Prince Charming (1981), com o hit "Stand and Deliver". Junto do Duran Duran, foram a banda chave do início dos anos 80 na Inglaterra, mas infelizmente ainda são subestimados. Procurem também Friend or Foe (1982), o primeiro e sensacional solo de Adam Ant. O grande hit do disco é "Goody Two Shoes".

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adendo: descobri agora que a música "Relax, Take it Easy", do Mika, é um plágio descarado de "(I Just) Died in Your Arms", do Cutting Crew. Como o plágio é melhor, chamemos de folk process.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Prestando tributo a uma das melhores revistas que existem, a inglesa MOJO
(mas como eles cairam no conto do Oasis, valha-me Deus)

100 Modern Classics: Greatest Albuns of Mojo Lifetime

1
Jeff Buckley
Grace
1994

2
Johnny Cash
American recordings
1994

3
Radiohead
OK computer
1997

4
Bob Dylan
Time out of mind
1997

5
Oasis
Definitely maybe
1994

6
Flaming lips
The soft bulletin
1999

7
Radiohead
Kid A
2000

8
White stripes
Elephant
2002

9
Nirvana
Unplugged in New York
1994

10
Beck
Odelay
1996

11
Nick Cave and the Bad seeds
The boatman's call
1997

12
Spiritualized
Ladies and gentlemen we are floating in space
1997

13
Nirvana
In utero
1993

14
Massive attack
Mezzanine
1998

15
Bob Dylan
Love and theft
2001

16
Radiohead
The bends
1995

17
Johnny Cash
American III : Solitary man
2000

18
Teenage fanclub
Grand prix
1995

19
DJ Shadow
Endtroducing
1996

20
Bonnie 'Prince' Billy
I see a darkness
1999

21
Tom Waits
Mule variations
1999

22
Outkast
Speakerboxxx/the love below
2003

23
Buena vista social club
Buena vista social club
1997

24
Elliott Smith
Either/Or
1997

25
PJ Harvey
Stories from the city, stories from the sea
2000

26
Wilco
Yankee hotel Foxtrot
2002

27
Air
Moon safari
1997

28
White stripes
White blood cells
2001

29
Madonna
Ray of light
1998

30
Mercury rev
The deserter's song
1998

31
Lucinda Williams
Car wheels on a gravel road
1998

32
Beck
Mutations
1998

33
Strokes
Is this it
2001

34
Solomon Burke
Don't give up on me
2002

35
Portishead
Dummy
1994

36
Flaming lips
Yoshimi battles the pink robots
2002

37
Brian Wilson
Smile
2004

38
Belle and Sebastian
If you're feeling sinister
1997

39
Pulp
Different class
1995

40
PJ Harvey
To bring you my love
1995

41
Elvis Costello and the Imposters
The delivery man
2004

42
Jimmy Page & Robert Plant
No quarter
1994

43
Antony & the Johnsons
I am a bird now
2005

44
Super furry animals
Rings around the world
2001

45
Kate Bush
Aerial
2005

46
Supergrass
In it for the money
1997

47
Queens of the Stone age
Rated R
2000

48
Bruce Springsteen
Devils & dust
2005

49
Gillian Welch
Time (the revelator)
2001

50
Blur
Blur
1996

51
Franz Ferdinand
Franz Ferdinand
2004

52
Ryan Adams
Heartbreaker
2000

53
Björk
Post
1995

54
Beastie boys
Ill communication
1994

55
Beta band
The 3 ep's
1998

56
Pavement
Crooked rain, crooked rain
1994

57
Libertines
Up the bracket
2002

58
R.E.M.
New adventures in hi-fi
1996

59
Magnetic fields
69 love songs
1999

60
Arcade fire
Funeral
2004

61
Oasis
(What's the story) Morning glory?
1995

62
Wu-Tang clan
Enter the Wu-Tang (36 chambers)
1993

63
Morrissey
Vauxhal and I
1994

64
Tortoise
Millions now living will never die
1996

65
Primal scream
Exterminator
2000

66
Neil Young
Sleeps with angels
1994

67
Lauryn Hill
The miseducation of Lauryn Hill
1998

68
Jon Spencer blues explosion
Orange
1994

69
Aimee Mann
Lost in space
2002

70
Sigur Rós
Agaetis byrjun
2000

71
Al Green
I can't stop
2003

72
Blur
Parklife
1994

73
Nick Cave and the Bad seeds
Abattoir blues/The lyre of Orpheus
2004

74
Norah Jones
Come away with me
2002

75
Verve
A Northern soul
1995

76
Bruce Springsteen
The ghost of Tom Joad
1995

77
Tricky
Maxinquaye
1995

78
Eminem
The Marshall Mathers lp
2000

79
Tinariwen
The radio Tsidas sessions
2002

80
Guided by voices
Bee thousand
1994

81
Manic street preachers
The holy bible
1994

82
Arctic monkeys
Whatever people say I am, that's what I'm not
2005

83
Prodigy
Music for the jilted generation
1994

84
U2
All that you can't leave behind
2000

85
Salif Keita
Moffou
2002

86
Paul Weller
Stanley road
1995

87
Jayhawks
Sound of lies
1997

88
R.L. Burnside
A ass pocket of whiskey
1996

89
Red hot chili peppers
Californication
1999

90
Maria McKee
Life is sweet
1996

91
Boards of Canada
Music has the right to children
1998

92
Manu Chao
Clandestino
1998

93
System of a Down
Toxicity
2001

94
Michael Head introducing the Strands
The magical world of the Strands
1998

95
Rufus Wainwright
Poses
2001

96
Underworld
Second toughest in the infants
1996

97
D'Angelo
Brown sugar
1995

98
Nine inch nails
The downward spiral
1994

99
Sizzla
Black woman & child
1997

100
Coldplay
A rush of blood to the head
2002

lista publicada na Mojo 150, Maio de 2006.