quinta-feira, junho 23, 2005

A propósito de Monolith, discaço que acabei de escutar, vai aí uma tabela de cotações do Kansas - gosto sim, e daí? (até o disco que conheço bem, os que ouvi de má vontade não contam):

Kansas (1974) * * * 1/2
Song for America (1974) * * * * 1/2
Masque (1975) * * * 1/2
Leftoverture (1976) * * * * 1/2
Point of Know Return (1977) * * * * *
Two for the Show (1978) * * * * 1/2
Monolith (1979) * * * * 1/2
Audio Visions (1980) *
Vinyl Confessions (1982) * * *
Drastic Measures (1983) * *
Power (1986) * * 1/2
In the Spirit of Things (1988) * *
Live at the Whiskey (1992) * * 1/2
Freaks of Nature (1995) * * 1/2


Bury, não esqueci da promessa. É que pra bandas nacionais se eu fizer de memória vai ter erros demais.

sábado, junho 18, 2005

Top 10 AC/DC

1- Highway to Hell (1979)
2- High Voltage (1976)
3- Dirty Deeds Done Dirt Cheap (1976)
4- Back in Black (1980)
5- Flick of the Switch (1983)
6-Powerage (1978)
7- Let There Be Rock (1977)
8- If You Want Blood (1978)
9- Stiff Upper Lip (2000)
10- Ballbreaker (1995)

Os 5 primeiros são essenciais pra qualquer um que goste de rock. Não coloquei o TNT por ser um lançamento exclusivamente australiano. Discos que não posso dizer que gosto: Fly on the Wall, Blow Up Your Video, The Razor's Edge, Who Made Who.

terça-feira, junho 14, 2005

Sempre achei Degüello um dos melhores discos do ZZTop. Reouvindo agora o lado A, fico na dúvida. É certo que as estranhezas do disco são muito bem-vindas: "Manic mechanic", com seus arroubos kingcrimsoniano, "Lowdown in the Street", com sua levada esperta e meio jazzística e "Chip Sunglasses", com um interlúdio meio Passport/meio Johnny Winter And. Mas quando a banda faz o que sempre fez muito bem, o boogie blueseiro e sujo do Texas, parece estar com o freio de mão puxado. O lado B, que enfim chega, é bem melhor, e quase me faz apagar o que escrevi sobre o lado A. O lado se encerra com a maravilhosa "Esther Be the One", uma belissima balada-pop de melodia irresistível (à lá JJ Cale). A guitarra de Billy Gibbons também está melhor nos momentos em que eles buscam uma fuga de sua sonoridade padrão, excetuando "Hi-Fi Mama", uma porrada Rock'n'Roll com vocal de Dusty Hill (o baixista). Voltaram a essa sonoridade clássica em El Loco, mas o disco é meio borocochô. Em Eliminator conseguiram a equação ideal entre uma orientação FM e o som próprio deles. E vêm seguindo nessa toada com melhor (Antenna, Rhythmeen) ou pior (Recycler, Afterburner) desenvoltura.

ZZ Top's First Album (1971) * * * *
Rio Grande Mud (1972) * * * *
Tres Hombres (1973) * * * * 1/2
Fandango (1974) * * * 1/2
Tejas (1976) * * * * *
Degüello (1979) * * * * 1/2
El Loco (1981) * * 1/2
Eliminator (1983) * * * *
Afterburner (1985) * *
Recycler (1990) * * 1/2
Antenna (1994) * * * *
Rhythmeen (1996) * * * 1/2
XXX (1999) * * *
Mescalero (2003) * * *

Esses dois últimos não estão muito bem na minha memória. Pouco os ouvi. Talvez tenha sido injusto com o XXX. Mas certamente fui injusto com El Loco, mas como ele está cercado de dois belos discos, fica como está, pra marcá-lo como disco de entressafra.

sábado, junho 11, 2005

Ouvindo "Powerman", a inacreditável pancada do disco Lola, pela quarta vez hoje, tenho que dizer novamente, em letras garrafais: DAVE DAVIES É GÊNIO.
Depois de ocuparem o podium de discos preferidos durante pelo menos um ano, Face to Face (66) e Village Green (68) dão lugar a Arthur (69) e Lola (70) no meu coração. Como ficamos na mesma banda (a maior de todos os tempos - e que você já deve saber qual é), está tudo em casa. Arthur é o disco dos sonhos de qualquer guitarrista, parece ter sido um presente para Dave Davies, que brilha em todas as faixas. É o disco mais rockeiro desde o primeiro disco deles. Lola tem muito da sonoridade americana que já havia impregnado os Stones na época. Muito country, rock rural e algumas melodias burlescas clássicas dos irmãos Davies. O nome completo do disco é Lola Versus Powerman & the Moneygoround. Um verdadeiro duelo, com cada músico mostrando o melhor de si. Quero muito, mas muito mesmo reouvir os discos seguintes (principalmente Percy e Mushwell Hillbillies, discos que eu já tinha em altissima conta).

terça-feira, junho 07, 2005

Gosto muito do Nirvana de Kurt Cobain, aquela banda que causou frisson com uma mescla muito boa de barulho e melodia, com um baixão (inspirado frequentemente em Killing Joke, é verdade) forte e marcante. Mas há um outro Nirvana, bem menos barulhento (ou quase nada barulhento), e ainda mais genial que a banda de Seattle. O Nirvana inglês (em catálogos é comum ler Nirvana UK) lançou seus discos no final dos anos 60, e começou como um Kinks menor no ótimo Story of Simon Symopath (1967 * * * *). Em 1968, lançaram a obra-prima All of Us que tem a melhor faixa instrumental já lançada por uma banda popular: "The Show Must Go On" (que me desculpem "Lonely", do Lovin' Spoonful e "Laguna Sunrise", do Black Sabbath...e mais um monte que estou esquecendo). O disco ainda tem "Everybody Loves the Clown", que é inacreditável e muito boa. Em seguida, o turbulento (Dedicated) to Marcus III, nova obra-prima de 1969, que teve vários problemas internos e com a gravadora, e tem uma das baladas mais pungentes de que se tem notícia: "The World is Cold Without You". Infelizmente nunca escutei o quarto disco (Local Anaesthetic, com apenas duas faixas). Dizem que um empresário espertalhão quis processar o Nirvana americano pelo uso do nome, mas os integrantes das duas bandas se encontraram e tudo terminou em pizza.

sábado, junho 04, 2005

Imitando Roberto Avallone (que evoca a tal "audiência rotativa" quando quer repetir algo bombástico), mando um novo post falando de Killing Joke. Fazer o quê: botei o Pandemonium pra escutar, o disco que mostrou aos Ministrys da vida (eu gosto de Ministry, por sinal) como se faz a trilha do caos. A banda quase se perdeu com discos mais indecisos, flertando forte com o progressivo, no final dos anos 80, mas retornou com a fúria habitual renovada em Extremities...Em Pandemonium, impressiona a violência de faixas como "Exorcism" e "Millennium" e a própria faixa-título. "Black Moon" é a que mais se parece com o Killing Joke dos tempos de Revelations. "Jana" é a do refrão pegajoso, perfeita para provar que a banda ainda mantém o lado Night Time (disco de 85, responsável pela guinada comercial). E "Labyrinth" tem a levada dançante perfeita para casar com a ferocidade da instrumentação.

Killing Joke (1980) * * * * *
What's This For? (1981) * * * * 1/2
Revelations (1982) * * * * *
Fire Dances (1983) * * * * 1/2
Night Time (1985) * * * * 1/2
Brighter than a Thousand Suns (1986) * * *
Outside the Gate (1988) * * * 1/2
Extremities Dirt & Various Repressed Emotions (1990) * * * *
Pandemonium (1994) * * * * *
Democracy (1996) * * * *
Killing Joke (com dave Grohl) (2003) * * * *

quinta-feira, junho 02, 2005

Gosto muito, muito mesmo de Steely Dan. Grandes músicos e grandes compositores. Às vezes, a guitarra de "Skunk" Baxter (ou Denny Diaz - não me lembro mais qual o dos rompantes violentos) torna-se pesada, feroz, mas o que reina na maior parte do tempo é uma malemolência que torna a música deles uma delícia de se ouvir. A voz de Donald Fagen tem um charme que combina muito bem com as discretas intervenções de sopros, e com as levadas mais funkeadas também. Não dá pra classificar muito a banda, mas o grosso das tentativas batem nas teclas do blues, do jazz, do soul e do folk, revestidos com um senso urbano que dá a impressão de que os discos foram gravados em cima do asfalto, com diversos edifícios em volta e um trânsito caótico desviando deles. Ouvia muito no carro o Kamikiriad (segundo disco solo de Fagen) no carro, pois foi lançado na época infeliz em que eu era obrigado a dirigir cerca de duas horas todos os dias. Isso certamente me fazia menos infeliz (baita disco festeiro). Ouvir Steely Dan do primeiro (Can't Buy a Thrill, de 1972) ao Aja (disco de 1977) e descontando a entressafra criativa de Katy Lied (que não é um mau disco, longe disso) é um presente dos bons deuses da música. Meu preferido é Pretzel Logic (terceiro LP, de 1974), mas Royal Scam (quinto, 1976) insiste em lhe roubar o posto de tempos em tempos.

P.S. agora escuto uma coletânea de pop italiano que mostra muito bem o desenvolvimento de certas bandas (Pooh, Formula 3, PFM, New Trolls) do pop ao progressivo. A coletânea tem muito mais pop, e por isso foi dispensada por um amante de progressivo que frequenta a loja, mas é muito boa, principalmente por me fazer lembrar que "Piccola Katy", canção estranha e deliciosa, era um hit da banda Pooh (que depois virou prog e depois discoteque).