quinta-feira, abril 22, 2004

A revista Zero está com uma matéria interessante sobre a maldição do segundo disco. Por isso, imitando a matéria, coloco aqui o meu Top 10 (na revista são 5) dos melhores segundos LPs da história da música popular. Posso esquecer algum, mas por hoje é isso:

1) The Zombies - Odessey and Oracle (1968)
2) Raspberries - Fresh (1974)
3) Os Novos Baianos - Acabou Chorare (1972)
4) Queen - Queen II (1974)
5) Caetano Veloso - Caetano Veloso (1969)
6) Os Mutantes - Os Mutantes (1969)
7) Velvet Underground - White Light White Heat (1968)
8) The Kinks - Kinda kinks (1965)
9) David Bowie - The Man Who Sold the World (1970)
10) Pixies - Doolittle (1990)

Lembrem-se que Come on Pilgrim é EP.
Queria colocar um de Jazz, mas a discografia é muito confusa, não sei quais os segundos discos dos meus jazzistas preferidos.
É óbvio que ficou muita coisa de fora. Amanhã a lista seria outra. Ou como disse o Chiko, discordo da minha própria lista.

terça-feira, abril 20, 2004

o melhor de Byrds, banda injustiçada:

Mr. Tambourine Man (1965) * * * *
Turn Turn Turn (1965) * * * * 1/2
Fifht Dimension (1966) * * * * 1/2
Younger Than Yesterday (1967) * * * * *
Notorious Byrd Brothers (1968) * * * * *
Sweetheart of the Rodeo (1968) * * * *
Dr Byrds and Mr Hyde (1969) * * * * 1/2
The Ballad of Easy Rider (1969) * * * *
Untlited/ Unissued (1970) * * *
Byrdmaniax (1971) * * *

os que não estão listados eu nunca ouvi.

sábado, abril 17, 2004

Ouvindo agora o primeiro Cornershop, Hold On It Hurts (1993****). Não sabia que era pós-punk. Pouco a ver com o desbunde dançante de When I Was Born for the 7th Time, seu disco mais famoso. O que esperar de uma estréia que tenha uma música com o seguinte título: "Born Disco, Died Heavy Metal". Desde já um dos clássicos da década. O álbum está muito mais pra Joy Division e The Fall do que pra qualquer banda de Manchester (em 1993, começava o britpop, muito influenciado pela onda de Manchester). O CD que tenho em mãos, contém o primeiro EP (Lock Stock & Double-Barrel) de bônus. Altamente recomendável.

quarta-feira, abril 14, 2004

Beach Boys again. Ouvindo M.I.U Album, de 1978, fica difícil acreditar que no ano seguinte eles fariam o terrível L.A. (Light Album). E que passariam a década de 80 com discos fracos e sem inspiração. MIU é o fino, nas melodias, nos arranjos vocais característicos. Brian Wilson voltou a gravar com a banda (no anterior, o igualmente ótimo Love You, ele só compôs pois não conseguia sair da cama). Empresta sua voz para algumas belas canções de sua autoria. Mas brilha mesmo com uma composição, "My Diane", cantada pela voz grave e sem igual de Dennis Wilson. Ouvindo essa música, fico pensando como eles conseguiam colocar a tristeza em notas simples, mas de uma menira mágica, isso porque eles ficaram conhecidos como banda alegre de surf music. Pobres coitados que nunca ouviram "Time to Get Alone" (do disco 20/20, de 1969) vão ficar repetindo essa asneira até quando?
A banda foi progressivamente, à partir de Friends (1968), abandonando as experimentações geniais de Brian para se dedicar ao mais perfeito formato pop. Álbuns como Sunflower e Surf's Up parecem súmulas de seus trabalhos nos anos 60, só que de forma mais simples, com menos requintes nos arranjos. Mesmo assim, não dá pra dizer que a banda caiu depois de Pet Sounds. OK, o disco é uma obra-prima. Mas tem muito mais: Wild Honey (1967), Smiley Smile (1967), Friends (1968), Sunflower (1970). E este MIU que não consigo parar de escutar (pois adquiri o vinil para a loja) quase chega lá. Além da estupenda "My Diane", ainda tem "Pitter patter", "Hey Little Tomboy" e "Match Point of Our Love". O disco saiu meses depois de Pacific Ocean Blue, a pérola de Dennis Wilson, triste e deflagradora ao mesmo tempo. Com esses dois discos, os irmãos Wilson, por vias tortuosas, resumem esse período musical de forma brilhante. Foram-se os arranjos psicodélicos dos 60s, entram os arranjos dançantes dos 70s. M.I.U., ainda que ligeiramente inferior à obra-prima de Dennis Wilson, capta ainda melhor essa mudança. E prova, após várias audições, o descontentamento dos irmãos com os rumos da música pop em 1977. Descontando Bamboo (álbum de raridades de Dennis) e a ressurreição de Brian Wilson em 1988, pode-se dizer que os dois álbuns (MIU e Pacific...) são testamentos de suas carreiras. Como se eles quisessem mesmo o abandono. Triste, mas compensador.

terça-feira, abril 13, 2004

ouvindo o mediano Should the World Fail to Fall Apart, o primeiro solo de Peter Murphy, fica claro que quem era bam bam bam no Bauhaus era Daniel Ash. O pior disco do Love and Rockets (sweet FA) é do nível do melhor de Murphy (Love Hysteria). Assim como Burning from the Inside, o quarto disco do Bauhaus, é o melhor, pois Daniel está mais participativo.

quinta-feira, abril 08, 2004

Daevid Allen - now is the happiest time of your life (1977) *****
Para quem gosta de Gong, é obrigatório conferir, além das primeiras viagens de Steve Hillage (fish rising, principalmente) os discos solos do doidão Daevid Allen, mentor e principal compositor do Gong, antes de sua debandada e da consequente usurpação do trono por Pierre Moerlen, que progressivamente foi tornando a banda jazz-rock com muito pouco sal. Allen era de gênio criativo semelhante ao de Frank Zappa. Tinha um ouvido privilegiado para timbres e melodias, mas ao contrário do bigodudo não era virtuose. Este disco é perfeito para os órfãos do Gong de Angel's Egg e You. As mesmas viagens espaciais, os mesmos vocais debochados e meio infantis, como se estivesse ninando uma criança. Além da sintética exploração de elementos do rock'roll dos fifties (a música "see you in the moontower" é o maior exemplo disso). Chego da Santa Efigênia, onde fui procurar um cabo para o aparelho de som, depois de dois chopes no bar do Léo e me deparo com este vinil, esperando uma limpeza para ser colocado à venda. Um belo presente de fim de tarde. E saudades do meu antigo CD. Agora tenho que me contentar com os MP3 completos da família GONG. Pensando bem...uma maravilha.
aquele que conhece Santa Dog, o compacto de estréia dos Residents(300 prensagens), vai ganhar uma caixa de Mandiopã.
eis o que o crítico Ted Mills escreveu sobre o fantástico Mark of the Mole, dos Residents:

After Eskimo, the band's attempt to sonically recreate Inuit tales through sound, the Residents began to undertake a similar project that would color the rest of their career. The Mark of the Mole trilogy would result in three albums and a world tour that would nearly bankrupt the band and Ralph Records, and cause (rumor has it) two of the original members to leave the band. It was also the beginning of the band's desire (often detrimental) to broaden their scope, to construct long concept albums, or imagine series of albums that would never be completed. Mark of the Mole imagines a race of mole workers who live underground and worship darkness and work (they're the heroes). When a flood forces them to flee their home, they migrate across the desert to the land of the Chubs, who subjugate them and cause war to break out. This is some of the grimmest, most discordant, rough hewn music the band has set down on record, with a grinding piece called "It Never Stops" summing up the tone of the record perfectly. Perversely, there is much to enjoy in this trip to the group's dark side, and the album's resolution truly feels like a breath of fresh air. — Ted Mills
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É uma das bandas mais enigmáticas da história da vanguarda musical. É norte-americana. Seu Commercial Album é recheado de 40 canções de um minuto, de acordo com a idéia de que uma canção pop tem duas partes que são repetidas três vezez cada. Cortando-se as repetições, sobra o esqueleto de uma música pop.

O All Music Guide (apelidado de Some Music Guide), apesar das falhas evidentes, ainda é o melhor lugar para se pesquisar música lançada em CD. O site é mantido pelo AEC One Stop Group, responsável pelo AMIGO, o grande distribuidor de discos dos EUA.

segunda-feira, abril 05, 2004

Dispam-se de seus preconceitos e percebam que "Toxic" de Britney Spears é uma das melhores canções pop dos últimos tempos. Que venham as pedras.

quinta-feira, abril 01, 2004

Creedence Clearwater Revival. bela trinca escutei agora. primeiro Pendulum (1971****1/2), com suas aberturas para o space rock (ok...aberturas bem tímidas). um discaço, apesar de Molina. o último grande disco da banda. depois, Willie and the Poor Boys (1970*****), algo como uma declaração de intenções. country-rock definitivo e antenado. a obra-prima do grupo. por último: green river (1969***1/2), grande álbum, mas um tanto derivativo de Bayou Country (1968****). Eles iriam repetí-lo em melhor embalagem como Cosmo's Factory (1969****1/2), encerrando o rock-rural e iniciando uma nova fase, contemplativa e espelhada no que estava rolando na época.
nas viagens para Maringá escuto Air (Moon Safari) e Four Tet (rounds). AIR é delicioso com sua mistura de soft pop com eletrônica. em alguns momentos parecemos escutar ELO, principalmente pelos vocoders (aquela voz de robôzinho). Four Tet foi indicação do amigo Ruy Gardnier e lhe sou eternamente grato. Trata-se de um dos discos mais geniais que ouvi nos últimos anos. com uma batida ora jazz-funk ora hip-hop, barulhos eletrônicos e acústicos (teclas e cordas em perfeita harmonia com ruídos industriais diversos), o som é um mantra que te leva pra uma outra dimensão. música sensorial da melhor espécie. desbancou radiohead do primeiro lugar em 2003 na minha lista. saiu no Brasil pela Trama. Altamente recomendável que se compre dois, um pra dar de presente.