quarta-feira, maio 25, 2005

Ouvindo agora Just Testing, belo disco AOR do Wishbone Ash. Estão longe de seus melhores dias, quando compunham maravilhas como "Valedictory", "Time Was" e "Everybody Needs to Have a Friend", mesmo assim continuam com habilidade o suficiente para não serem ignorados. Destaque para "Insomnia", "Helpless" e "Pay the Price" e "Lifeline". Antes ouvi Number the Brave, disco imediatamente posterior a Just Testing, e que só às vezes acho tão bom quanto, o que não aconteceu desta vez, apesar de ser bom e funkeado. O disco conta com John Wetton no lugar de Martin Turner, em mais uma mudança de formação. Tem grandes momentos em "Get Ready", cover dos Temptations, "Roller Coaster" e "Loaded".

Em estrelas a banda fica assim:

Wishbone Ash (1970) * * * * *
Pilgrimage (1971) * * * * 1/2
Argus (1972) * * * * *
Wishbone Four (1973) * * * * *
Live Dates (1973) * * * * 1/2
There's the Rub (1974) * * * *
Locked In (1976) * * * *
New England (1976) * * * *
Front Page News (1977) * * *
No Smoke Without Fire (1978) - não me lembro o suficiente para cotar
Just Testing (1980) * * * *
Hot Ash Live (1981) * * * 1/2
Number the Brave (1981) * * * 1/2
Twin Barrels Burning (1982) * * *

daí em diante eu não conheço o suficiente para meter o bedelho, mas o pouco que ouvi não me deixou muito entusiasmado.

sábado, maio 21, 2005

Tava devendo as cotações do Gentle Giant. Mas ignoro os discos póstumos por não ter a menos condição de julgar com isenção.

Gentle Giant (1970) * * * * 1/2
Acquiring the taste (1970) * * * * *
Three Friends (1971) * * * *
Octopus (1972) * * * * 1/2
In a Glass House (1973) * * * *
The Power and the Glory (1974) * * * * *
Free Hand (1975) * * * * *
Interview (1976) * * * * 1/2
Playing the Fool - Live (1977) * * * *
The Missing Piece (1977) * * *
Giant for a Day (1978) * *
Civilian (1980) * * *

segunda-feira, maio 16, 2005

Eu queria saber o que levou uma banda ótima (até 83) como OMD (Orchestral Manoeuvres in the Dark) a lançar uma bomba pseudo-dançante como Junk Culture (1984) logo depois de um disco intrigante e muito pouco comercial como Dazzle Ships (1983). Deve ter rolado uma pressão da Virgin, no mínimo, já que Dazzle Ships havia sido um rotundo fracasso de vendas. Junk Culture é certamente o pior disco deles. Abaixo dos discos sub-Pet Shop Boys que eles fizeram nos anos 90.

sábado, maio 14, 2005

Foz do Iguaçu - Rio. Trajeto São Paulo - Maringá, ida e volta. Maravilhas do MP3. Lembrar como gostava (e continuo) de That Petrol Emotion (banda nascida das cinzas dos irlandeses - do norte - Understones). Manic Pop Thrill é a estréia, com momentos mais punks que na época dos Understones, outros chegando no pop. Babble segue na mesma tocada. Com End of Millenium Psychosis Blues, entraram de cabeça no funk, que estava apenas insinuado em Babble. Chemicrazy é mais pop, e mais bem sucedido também. Mas é em Fireproof, o disco derradeiro da banda, que as composições de Ciàram McLaughlin, Sean O'Neil e Reamann O'Gormain casam perfeitamente com o vocal de Steve mack, o americano da banda. Eu adoro os desencontros dos discos anteriores, mas Fireproof é um senhor disco, digno fecho de carreira para uma banda muito boa.

sábado, abril 30, 2005

Cotações NEKTAR:

Journey to the Centre of the Eye (1971) * * * 1/2
A Tab in the Ocean (1972) * * * * 1/2
Sounds Like This (1973) * * * *
Remember the Future (1973) * * * * *
Sunday Night Live at the Roundhouse (1974) * * * *
Down to Earth (1974) * * * * *
Recycled (1975) * * * * 1/2
Magic is a Child (1977) * * *
Live in NY (1977) * * * *
More Live in NY (1978) * * * *
Man in the Moon (1980) * 1/2

nunca escutei o cd de volta deles, e tenho muito medo.

sábado, abril 23, 2005

Mais um post que vai gerar inúmeros "hein?", "quê?", ou "que merda é essa?": divagações em torno da banda Kayak.

Banda holandesa, cujos dois primeiros discos mostram muito vigor numa espécie de progressivo pop, com inúmeros detratores mundo afora. Com muitos fãs também, é bom que se diga. No terceiro disco, Royal Bed Bouncer, perseguem um som mais acessível, sem deixar de lado os instantes mais proggers. Os discos seguintes também seriam indecisos. The Last Encore, o quarto, ora busca um hit radiofônico, ora tenta ficar mais hermético. Starlight Dancer, o quinto disco deles, dos indecisos é disparado o melhor. As faixas pop não têm mais vergonha de sua condição (acho que já escrevi isso antes). E os momentos progs também são pops, o que prova que eles ameaçam trilhar um caminho muito mais de acordo com o talento deles. Phantom of the Night, o disco seguinte, é meio frouxo. Álbum de entressafra, e assumidamente pop, quase AOR, como também é o muito superior Periscope Life, disco que comecei a entender na mais recente audição (quase me auto penitenciando por não ter percebido antes). Merlin busca algo mais místico, mais progger, sem abandonar o pop. É um dos grandes discos da banda. Mais no próximo Poeira (se o Bento deixar).

quinta-feira, abril 14, 2005

Pixies em estrelas

Come on Pilgrim (1987) * * * * *
Surfer Rosa (1988) * * * * 1/2
Doolittle (1989) * * * * *
Bossa Nova (1990) * * * *
Trompe le Monde (1991) * * * * 1/2
Pixies at the BBC (1998) * * * *
Complete B Sides (2001) * * * *

quarta-feira, abril 06, 2005

"Quero pensar, meu bom rapaz,
Numa boa:
Não se dá um "sim" assim à toa"

Ainda não ouvi inteiro. A loja não deixa. Mas o pouco menos de metade que resta tem que ser muito ruim pra que o disco não seja uma obra-prima. Tom Zé, Estudando o Pagode: altamente recomendado pra qualquer pessoa que goste de música. Genial como ele não era desde O Correio da Estação do Brás. Quando eu conseguir reouvir, mando a confirmação.

sábado, abril 02, 2005

Já ouviram a trilha de Virgin Suicides? Eu confesso que nunca tinha parado pra ouvir, mesmo tendo adorado o filme e as colocações das músicas, sempre ótimas. Lembro daquela tentativa de comunicação pelo telefone, com os grupos botando as faixas do vinil: "Hello, It's Me", de Todd Rundgren; "Alone Again", de Gilbert O'Sullivan (muito bem aproveitada no filme Ligado em Você); e "How Can You Mend a Broken Heart", dos irmãos Gibb (geniais), aqui cantada por Al Green (igualmente genial). Todas elas presentes, mais duas do Air, duas do Heart, 10 cc, Hollies, mais uma do Todd ("A Dream Goes on Forever" - e tem quem não o considere um mestre do pop perfeito), e até Styx, vejam só. Tem também o maior quase-sucesso de uma banda que ouvi muito pouco, mas gostei muito: Sloan. XTC vitaminado com metais e melodias mais festivas. Sloan merecia ser descoberto.

segunda-feira, março 28, 2005

Então tá...Iron Maiden. Em primeiro lugar, gosto muito das composições de Adrian Smith. The Prisoner, Flight of Icarus, Two Minutes To Midnight, Back in the Village, e principalmente Waysted Years, grande canção pop. Não entendo como muitos detestam esse excelente guitarrista e compositor. Harris mesmo o odiava, e só o aceitou de volta porque a banda só estava fazendo sucesso no Brasil, e ainda assim bem menos do que antes. Mas, vamos lá:

Iron Maiden (1980) * * * * 1/2
Killers (1981) * * * * *
Maiden Japan (1981) * * * *
The Number of the Beast (1982) * * * 1/2
Piece of Mind (1983) * * * * *
Powerslave (1984) * * * * 1/2
Live After Death (duplo ao vivo)(1985) * * *
Somewhere in Time (1986) * * * *
Seventh Son of a Seventh Son (1988) * * * 1/2
No Prayer for the Dying (1990) * *
Fear of the Dark (1992) * * * 1/2
A Real Live One (1993) * * *
A Real Dead One (1993) * * * 1/2
X Factor (1995) * *
Virtual XI (1998) * *
Live at Donnington (1998) * * *
Brave New World (2000) * * * 1/2
Rock in Rio (2002) - sorry, eu nunca escutei
Dance of Death (2003) * * 1/2

quarta-feira, março 23, 2005

TRIBUTO A CAETANO VELOSO - PARTE 5

da polemização à fórmula perigosa

Estrangeiro (1989) * * *
Mais uma vez o problema está no lado B (considerando o vinil), ou a partir da sexta faixa. A rigor, temos três imensas composições aqui: "Estrangeiro", com sua letra que causou certa polêmica na época, mas que é muito inteligente e pertinente, "Outros Românticos" e "Jasper". E uma música muito fraca, uma das mais fracas de todo o repetório de Caetano: Meia Lua Inteira, de Carlinhos Brown, bom compositor, às vezes muito bom, mas que aqui escorregou feio. E a interpretação de Caetano de nada ajuda. Uma entressafra, sabemos agora.

Circuladô (1991) * * * * *
É impressionante como o músico tem uma enorme capacidade de aprender com os próprios erros. Por vias tortuosas, já que imagino que ele mesmo não tenha consciência disso, Circuladô é tudo que poderia ter dado certo em Estrangeiro, acrescido das doses exatas do que faltou àquele disco. Ou seja, tem os trechos em que ele ousa, mas sem se preocupar muito com um formato vendável de ousadia. Tem flertes sérios com a música regional, mas fazendo com que ela não pareça algo pra turista ver, ou algo regional como uma novela da globo. Eis Caetano de volta à sua grande forma, com um disco que condiz com sua genialidade. Não sou muito de ir a shows, em parte pelo tempo que se perde, mas o show desse disco eu vi e foi um dos grandes shows que vi na vida. Ah...e dessa vez o lado B é tão bom ou até melhor que o A. Destaques (quase tudo de novo): Fora da Ordem, Circuladô de Fulô, Boas Vindas, Itapuã, Santa Clara Padroeira da Televisão, Neide Candolina, A Terceira Margem do Rio, O Cú do Mundo.

Circuladô Vivo (duplo ao vivo) (1992) * * * * *
Como já disse, fui a um show dessa turnê. Então pouco tenho a acrescentara esse registro. Pelo que lembro, foi um enorme sucesso de vendas para os padrões dele. Covers muito boas de Michael Jackson (Black or White), Bob Dylan (Jokerman), Djavan (Oceano) e Roberto e Erasmo (Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos), além de velhas releituras de sucessos dele mesmo ou de outros mais algumas canções do Circuladô fazem do disco o melhor registro ao vivo da carreira de Caetano.

Tropicália 2 (com Gil) (1993) * * * * *
Será que ele não se cansa de fazer obra-primas? Desta vez Gil também é culpado. Nunca o Brasil e a situação mundial, e como ela se relaciona com os brasileiros, foi tão bem comentada em disco. Temos "Haiti", que cutuca a política social do governo Itamar, "Cinema Novo", que acena para um diálogo entre o cinema que estava prestes a renascer por aqui e o cinema novo de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, "Wait Until Tomorrow", uma brilhante versão para a música de Jimi Hendrix. Temos sobretudo a genial "As Coisas", faixa que beira o progressivo, composta por Gil e Arnaldo Antunes, e "Cada Macaco no Seu Galho", de Riachão. Muito mais revolucionário que o original Tropicália, que apenas compilava faixas mais radiofônicas dos trabalhos revoilucionários dos tropicalistas usuais, Tropicália 2 aponta para novas maneiras de se reler o samba e outras musicas populares brasileiras. Infelizmente, essas novas maneiras foram seguidas por muito poucos.

Fina Estampa (1994) * * * *
Um disco bonito, sem dúvida, que parece acenar para uma vontade de experimentar suas capacidades de crooner (essa vontade pelo jeito segue forte até hoje). No caso, são tangos e boleros cantados em espanhol, provando a imensa elasticidade de sua voz. Sucesso na terceira idade, prepara o cantor Caetano Veloso para uma espécie de nicho entre Roberto Carlos e Chico Buarque. Destaques: Tonada de Luna Llena, Recuerdos de Ypacarai, Pecado, Lamento Borincano, Vuelvo ao Sur.

Fina Estampa ao Vivo (1995) * * *
Ops...fórmula à vista. Um disco de estúdio, um disco ao vivo, e assim consecutivamente. Fórmula preguiçosa e, ao que parece, imposta pelas gravadoras, essas incorporações que lutam com todas as forças para destroir a integridade de seus artistas, além de contribuirem para a ignorância musical do país deixando de relançar muita coisa importante. Só escutei uma vez esse disco, mas na época me pareceu extremamente desnecessário, ainda que bonito e coisa e tal...Não deveria dar cotação? Ah...pode relaxar aí que eu não estou ganhando nada fazendo isso, só estou relatando impressões.

quinta-feira, março 17, 2005

Como na hora de comprar cds pra loja dou preferência às oportunidades, sem ligar muito para lançamentos caros que depois ficarão (muito) baratos, e não tenho baixado nada da internet, só agora pude escutar dois lançamentos, um de 2004, outro de 2003, que me interessavam. Graças a uma promoção da gravadora EMI (num de seus raros rompantes de bom senso).

Um deles é o mais recente de Grahan Coxon, Happiness in Magazines. O disco é legal e tal, mas comprova que era balela aquele papo de que Coxon era o gênio do Blur. Se houve um gênio por trás de discos como Parklife e The Great Escape, seu nome é Damon Albarn. Esse amálgama verdinho de Weezer e Pavement que tenho em mãos não me deixa mentir.

O outro é Hobo Sapiens, do maluquinho totalmente assimilado pelo mundo pop, John Cale. O disco não difere em nada de seus clássicos direcionados ao rádio (Vintage Violence é o melhor deles), só que tem uma roupagem mais moderna. Tem experimentalismo calculado, flertes com eletrônica, e um bom gosto reinante para melodias sinistras. Não é de seus melhores LPs, mas não faz feio diante dos outros.

quarta-feira, março 16, 2005

TRIBUTO A CAETANO VELOSO - PARTE 4

de A Outra Banda da Terra à cinefilia em disco

Outras Palavras (1981) * * * * *
Se Caetano, desde o começo, buscou a junção entre tradição e modernidade. Se ficou sempre, e propositadamente, numa encruzilhada entre o erudito e o popular, às vezes beirando graciosamente a música tida como "brega", talvez este disco seja o mais bem-sucedido de toda a sua carreira. Nele observamos com perfeição todo o trabalho musical do compositor, com arranjos pop, de fácil assimilação, mas com letras e métricas de uma originalidade poucas vezes igualada em qualquer lugar do mundo (e aí estou relativizando o uso das diferentes linguas - um paralelo seria Jacques Brel, com suas brincadeiras fonéticas, ou Leonard Cohen, com sua sensibilidade e perspicácia). Se eu tivesse que escolher um disco para exemplificar o que seria a carreira desse grande músico, provavelmente seria esse. Destaques?: Outras Palavras, Vera Gata, Lua e Estrela, Dans mon Île, Rapte-me Camaleoa, Tem Que Ser Você. Aliás, se tivesse que escolher uma só música, escolheria provavelmente Rapte-me Camaleoa.

Cores Nomes (1982) * * * *
Disco que confirmou a fase cor-de-rosa de Caetano. Fase que se encerraria com Velô, disco que conta com outra banda de apoio. Aqui, ainda com a Outra Banda da Terra, tem "Trem das Cores", uma das prediletas de sempre. Tem "Queixa", música perfeita para ilustrar o fim de uma relação. Dolorida e consciente como só Caetano conseguia ser. E tem uma das maiores canções escritas por ele, a incrivelmente pessoal e inusitada "Ele me Deu um Beijo na Boca", deliciosa faixa de sete minutos que brinca com a métrica e dialoga com o pai. Um encontro brilhante e sensível entre duas culturas, duas formações que não se excluem e se completam. Um hino ao aprendizado. Um clássico. Pena que o restante do disco caia bastante em comparação. "Sonhos" é melhor com o Peninha. Mas "Sina" tá bem legal.

Uns (1983) * * * * 1/2
Um grande disco, embora já não ache mais a obra-prima que achava quando o conheci. O lado B é desigual, mas os grandes momentos são muitos. É um disco mais pop que Cores Nomes. Mais fácil de ser digerido. E se não tem faixa tão genial quanto "Rapte-me Camaleoa" e "Ele me Deu um Beijo na Boca", tem as deliciosas "Uns", "A Outra Banda da Terra" (que exemplifica essa fase com precisão), "Vocé é Linda" e "Eclipse Oculto", música irmã de "Queixa", mas, como notou o amigo Pet, uma irmã mais descompromissada e solta, disposta a novas aventuras e a perdoar o outro lado.

Velô (1984) * * * * *
Curiosamente, Caetano já disse não ter gostado muito desse disco. Eu, pelo contrário, a cada ano gosto mais. Com uma nova banda (Banda Nova...desculpe), Caetano mergulha na new-wave e na febre de sintetizadores imbecis e sai de lá com uma pérola. Incrível a capacidade que ele tem de se banhar das piores coisas da época e sair com grande música. Vejam "Shy Moon", por exemplo. Tudo que ele podia fazer de errado, fez com essa canção. Mas algo de muito belo está por trás dela. Talvez seja até sua posição no disco, entre a esquisita "Sorvete" e a genial "Língua". Talvez fosse necessário ter quatro minutos de "Shy Moon" para melhor se apreciar "Língua". E o disco ainda tem "Quereres", "Podres Poderes", outra bela versão de "Nine Out of Ten" e a tocante e inacreditavel "O Homem Velho", espécie de homenagem à igualmente bela "O Velho", de Chico Buarque (1968).

Totalmente Demais, ao vivo (1986) * * * *
Caetano mandando muito bem ao vivo. Esse disco praticamente encerra a fase rosa, que muitos já chamaram de fase velô, ou fase totalmente demais. Com várias inéditas, o disco inaugura uma série de ao vivos de alta vendagem (alguns lançados de forma exagerada) e de qualidade indiscutível. Destaques: Vaca Profana, O Quereres, Pra que Mentir e Lealdade.

Caetano (1987) * * * *
Falava-se, à boca pequena, na época, que era o disco cinéfilo de Caetano, principlamente por causa de Giuletta Masina, a tocante homenagem à alma gêmea de Fellini. O próprio Caetano declarava na época que seu filme preferido era Noites de Cabíria. Várias outras canções têm uma capacidade onírica e imagética muito forte, e por isso o que o disco tem de irregular, tem também de recompensador para quem se disponha a escutá-lo com atenção. Ouça "Valsa de uma Cidade" e entenda o que estou dizendo. Mas a crise criativa se anuncia, e iria dar as caras fortemente no próximo disco, Estrangeiro. Mas isso fica na próxima parte.

sábado, março 12, 2005

TRIBUTO A CAETANO VELOSO - PARTE 3

da fase Odara à Outra Banda da Terra (...maputo rio, luanda lua nossa banda da terra é outra)

Doces Bárbaros (com Gil, Gal e Bethania) (1976) * * *
Um disco duplo, muito celebrado, mas um dos trabalhos mais complicados de todos os envolvidos. Gil vinha de um dos maiores discos já lançados (em qualquer lugar, qualquer época): Refazenda. Gal tinha acabado de lançar o Canta Caymmi, e antes, a obra-prima Cantar. Bethania vinha de Pássaro Proibido, um disco difícil e muito bonito. E Caetano vinha de uma série de obras fundamentais para nossa música. Pra que fazer esse disco? Pra ver se o enorme talento dos quatro resistia a um conjunto desigual de composições. Ficou provado que resistia, mas muito aquem do que se poderia esperar.

Bicho (1977) * * * * 1/2
A fase Odara em todo seu esplendor. Um disco que parece coletânea, tamanho o número de faixas que se tornaram clássicos do repertório do músico. Além de Odara, temos, O Leãozinho, Tigresa, Gente, Olha o Menino e a magistral Um Índio, numa versão bem superior à de Os Doces Bárbaros. Disco pop, distante das experimentações anteriores.

Muitos Carnavais (1977) * * * *
Disco delicioso e cheio de frevos. Incompreendido como muitos antes dele, Muitos Carnavais é a prova de que Caetano conhece a música brasileira como poucos. Além de estudioso e ouvinte atento, tem uma sensibilidade especial para o que cada estilo de nossa música tem de mais rico.

Maria Bethania e Caetano Veloso ao vivo (1978) * * *
Mais uma reunião de dois talentos que não deu muito certo. Mas talvez eu esteja sendo injusto, já que faz tempo que não escuto. É um bom disco, já que Caetano nunca gravou algo indigno, mas é decepcionante. Ou ao menos me pareceu quando reouvi pela última vez (calculo que tenha sido na época da primeira edição em CD da coleção de Caetano).

Muito (1978) * * * *
A impressão é de que esse disco foi pouco escutado, apesar de conter os grandes sucessos Terra e Sampa. É um dos mais difíceis de aparecer em LP, o que significa que não vendeu muito na época. Jóia, para se ter uma idéia, aparece com bem mais constância. É um disco meio indeciso, mas nem por isso menos belo. Muito Romântico é bem melhor com Roberto Carlos. São João Xangô Menino é uma maravilha. Se não me engano, é o primeiro disco com a Outra Banda da Terra. Não tenho Bicho aqui pra confirmar.

Cinema Transcedental (1979) * * * * 1/2
Mais um grande disco, esse sim, valorizado por quase todos os admiradores de MPB. Muitos chegam a considerar o grande disco de Caetano, no que discordo completamente. Talvez entre os dez melhores entre. É um grande disco, feito por alguém que fez e continuaria a fazer inúmeros grandes discos. Serve como um ensaio para o genial Outras Palavras. Destaques: Beleza Pura, Menino do Rio, Trilhos Urbanos e a genial Cajuína, canção de uma poesia arrebatadora e indiscutível.

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NOTA: o primeiro disco a contar com a chamada Outra Banda da Terra foi Bicho, de 1977. Confirmei no site do Arnaldo Brandão, já que no CD de Bicho não tem essa informação (como aliás, quase todos os cds de Caetano são muito pobres de informação). Estranhos caminhos pra se confirmar algo.

quinta-feira, março 10, 2005

hummm....

COF...COF...

bem...

vá lá...

METALLICA

Kill 'Em All (1983) * * * * *
Ride the Lightning (1984) * * * * *
Master of Puppets (1986) * * * * 1/2
Garage Days EP (1987) * * * *
...And Justice for All (1988) * * * *
Metallica (Black Album) (1991) * * 1/2
Load (1996) * *
Reload (1997) * *
Garage Inc. (1998) * * *
S&M (1999) * *
St. Anger (2003) *...e olhe lá

quarta-feira, março 09, 2005

TRIBUTO A CAETANO VELOSO - 2ª PARTE

da volta do exílio à experimentação radical

Barra 69 (com Gilberto Gil)(1972) * * * 1/2
O problema deste disco é que é muito mal gravado. No entanto, alguns registros são fundamentais. É a melhor versão de Cinema Olimpia, por exemplo, ainda que mal se escute o arranjo. Quem conhece essa extraordinária canção imagina como ela ficaria se o mesmo arranjo fosse bem gravado. Foi o show de despedida de Caetano e Gil no teatro Castro Alves.

Caetano e Chico Juntos e Ao Vivo (com Chico Buarque) (1972) * * * *
Sim, claro que da união de dois deuses da música se esperava mais. Mas o disco tem grandes momentos, sendo o melhor deles a junção de Você Não Entende Nada (de Caetano) com Cotidiano (de Chico), graciosamente forçada, e muito talentosa. Chico parece estar mais solto, mais consciente da reunião.

Araça Azul (1973) * * * * 1/2
É o campeão de devoluções da carreira de Caetano, e um dos discos mais incompreendidos da história de nossa música. Tem rock, baião, velha guarda, psicodelismo. Um caldeirão envolvendo tudo que encantava o músico na época, mas temperado com uma vontade de extrapolar os limites de cada estilo. Tudo muito Sugar Cane Fields Forever e Monsueto. Insista, até gostar. A recompensa é certa.

Temporada de Verão (ao vivo com Gil e Gal) (1974) * * * 1/2
Três músicos fantásticos que demoraram pra produzir algo na altura de seus potenciais quando reunidos. Bem...eu ousaria dizer que isso só aconteceu com Tropicália 2, de Caetano e Gil. Aqui, sente-se acima de tudo uma vontade de se divertir, e isso é altamente positivo. Mas as ousadias sonoras que cada um deles estava buscando fica um pouco escondida em prol de um formato mais pop. Mas confesso que há muito tempo não escuto, e posso estar enganado. Adoraria estar enganado.

Jóia (1975) * * * *1/2
Seria uma continuação de Araça Azul, mas é bem menos inquieto. Perto de seu disco gêmeo (Qualquer Coisa, lançado no mesmo ano), este é bem mais estranho, com músicas que se aproximam do minimalismo. Obviamente, pelo seu formato, tem algumas ordurinhas. Mas os momentos belos são muitos e intensos. Não é difícil achar quem prefira esse disco a qualquer outro lançado por Caetano.

Qualquer Coisa (1975) * * * * *
Mesmo o lado B sendo nitidamente mais fraco, o disco é uma senhora obra-prima. Lembro que ficava maravilhado com as primeiras faixas (no lado A) para depois curtir como que entorpecido o restante das músicas. Encaro esse disco como uma terapia: primeiro a tempestade, a tremedeira, o suor de quem está presenciando algo histórico; depois a calmaria, o relaxamento de quem ouve canções de ninar. Melhor que Let it Be, o disco homenageado na capa (aliás, das três covers de Beatles a melhor é Lady Madonna). O outro lado é Jóia.

terça-feira, março 08, 2005

A reprise da entrevista de Caetano Veloso no Jô Soares, na semana passada, me deu a idéia de prestar um tributo a esse gênio da música brasileira. Tributo em partes, pois sua discografia é imensa. Vai ser tudo de memória, então nem venham me malhar por eventuais erros.

PARTE 1 - Do nascimento da tropicália ao exílio

Domingo (com Gal Costa) (1967) * * * *
Disco um tanto indeciso, mas certamente encantador. Gal ainda não tinha descoberto seu talento, e Caetano ainda não fazia músicas tão adequadas à linda voz dela. Mas tem duas pérolas da carreira de ambos: Coração Vagabundo e Domingo. A versão de Maria Joana, linda canção de Sidney Miller, é de chorar.

Caetano Veloso (1967) * * * * 1/2
Um disco que sinaliza toda a gana pelo rock de Caetano nessa época. Um marco inaugural da tropicália, o verdadeiro ponto de partida de tudo que se fez sob essa bandeira. Clarice, No Dia em que Vim-me Embora, Superbacana, Paisagem Útil, Onde Andarás, Eles...a lista de clássicos é imensa.

Tropicália (com vários artistas)(1968) * * * 1/2
Pode ser excentricidade, ou sei lá o quê, mas apesar de inúmeras canções fabulosas, o disco nunca me pareceu coeso. Tem sua enorme importância histórica, vá lá, mas é um disco sem muita unidade. Funciona como uma sucessãode climaxes, em que ao final sempre me pergunto se houve alguma paixão na escolha do que entraria no disco. É bizarro, e talvez mereça até uma cotação melhor, mas raramente tenho vontade de escutar esse disco. Mesmo adorando todos e todas.

Caetano Veloso (1969) * * * * *
Um dos maiores discos lançados no Brasil. Caetano e Gil iriam pra Londres às pressas, num auto-exílio induzido (antes que o exílio fosse pior). Deixaram as bases de violão e as vozes para Rogério Duprat fazer os arranjos. Deu numa obra-prima que encerra o tropicalismo de maneira sublime (sem contar a sobrevida com a obra-pirma de estréia dos Novos Baianos, É Ferro na Boneca). Irene, Não Identificado, Alfômega, Os Argonautas e The Empty Boat são os destaques. Mas o disco inteiro é genial. É o famoso disco branco, com o nome de Caetano assinado em preto.

Caetano Veloso (1971) * * * *
A Little More Blue abre magistralmente esse disco mergulhado de Londres. É um disco triste, amargurado pela distância de sua terra. Mas belo, e incrivelmente antenado com o pop-folk que rolava na Inglaterra na época. Lembra Gilbert O'Sullivan em alguns momentos, justamente os mais belos do disco.

Transa (1972) * * * * *
A ponte Monsueto-Londres está erguida. Tradição e modernidade num disco essencial gravado no exílio, mas com olhos voltados para o Brasil. Quando foi lançado, Caetano já tinha voltado, e declarou na época que o disco lhe lembrava Londres e ao mesmo tempo a Bahia. O disco que o liberou definitivamente para o experimentalismo de Araça Azul, seu disco mais radicalmente desafiador. Não indico destaque algum. É um disco pra ser escutado na íntegra.

quarta-feira, março 02, 2005

Top 10 Duran Duran (canções):

1) Anyone Out There
Save a Prayer
3) Friends of Mine
4) Skin Trade
5) Shadows on Your Side
6) Sound of Thunder
7) The Chauffeur
8) Hold Back the Rain
9) Winter Marches On
10) New Moon on Monday

completariam a coletânea perfeita (e entrariam no Top dependendo do dia):

Cracks in the Pavement
Rio
New Religion
Planet Earth
Vertigo
Proposition
Tiger Tiger

terça-feira, março 01, 2005

Sinto falta da sede de conhecer novas bandas. Sinto falta de uma relação que se tinha com música, e que hoje, graças aos preços pornográficos praticados pelas gravadoras, não há como ter mais. Hoje, se você não baixa músicas da internet, ou não é muito rico e antenado, você provavelmente ficará por fora do que está rolando de bom no mundo musical. Post negativo e chorumelas de quem não entende as mudanças? Não, não mesmo. Quero entender as mudanças, quero baixar novos discos, quero conhecer novos artistas. Só estou no momento nostálgico, que privilegia uma relação romântica, de pegar um disco pra escutar e ficar olhando pra arte da capa (principalmente no LP). Fora que quem tem internet muito lenta, ou simplesmente não gosta de perder tempo navegando, deixa de conhecer muita coisa boa. Mudou muito essa relação com a música. Se é pior que antes, não sei (apesar de achar que sim), mas não quero ficar preso a um formato, nem deixar de gostar tanto de um disco por não ter sua arte em mãos durante a audição. Bem...comecei a adorar Four Tet sem saber como eram as capas, então acho que isso não acontece. Ou seja, é pior em uns aspectos, melhor em outros (há mais acesso às coisas, afinal, e isso é uma grande vantagem, sempre).

sábado, fevereiro 26, 2005

Talvez eu já tenha postado isso por aqui, já que toda vez que escuto um disco dele me empolgo, mas John Entwistle é um gênio absoluto. Smash Your Head Against the Wall, seu primeiro álbum solo, é de um ecletismo inigualável. Suas melodias são tão estranhas, com um arranjo que parece obedecer à uma única regra: não atrapalhar o som de seu baixo. De fato, Entwistle é o grande baixista do rock. Fazia no The Who uma cozinha perfeita, ao lado do ensandecido Keith Moon. O segundo disco dele, Whistle Rhymes é tão bom quanto Smash, e ainda mais esquisito. É pra quem gosta de hard, mas desde que admita outros estilos brigando para serem percebidos por trás das camadas de instrumentos no volume máximo. Lembra um tanto Moody Blues, apimentado por muita agressividade. Lemmy Kilmister, do genial Motorhead, o tem como uma das maiores influências. Destaques do álbum de estréia: "Pick me Up", "Heaven and Hell", "My Size" (hardão de tirar o fôlego), "Ted End" (uma pequena pérola sessentista) e, no CD, a versão para "Cinnamon Girl", clássico do Neil Young.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Ouvindo agora "The Kindest Cut", uma das baladas mais belas dos últimos vinte anos. Bem, o disco todo é uma beleza. Joy 1967-1990 é, sem dúvida, o melhor disco do ultra vivid scene. E olha que eu gosto bastante do Rev ("...Candida on the run..."). Outros destaques do disco: "Three Stars", "Guilty Pleasure" e "Beuaty #2". Vale baixar as quatro pra começar com o pé direito com a banda. Na verdade, banda de um homem só: Kurt Ralske. É da trupe da 4AD, algo que nos anos 80 dava pra confiar bastante. Hoje, nem tanto. Entra na leva de bandas mais roqueiras do final dos anos 80, quando a gravadora buscava sair do estigma de templo do pop etéreo (Cocteau Twins e Dead Can Dance capitaneando). Dessa leva, surgiu Pixies, banda pra ninguém botar defeito.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Ok...atendendo a pedidos, o sem-graça painel de cotações do Led Zeppelin. Sem graça por tratar-se de uma das minhas bandas preferidas. É quase tudo genial.

Led Zeppelin I (1969) * * * * ½
Led Zeppelin II (1969) * * * * *
Led Zeppelin III (1970) * * * * *
Led Zeppelin (IV) (1971) * * * * *
Houses of the Holy (1973) * * * * ½
Physical Graffitti (1975) * * * * *
The Song Remains the Same - duplo ao vivo (1976) * * *
Presence (1976) * * * ½
In Through the Out Door (1979) * * * * ½
Coda (1982) * * * *
BBC Sessions - duplo ao vivo (1997) * * * *
How the West Was Won - triplo ao vivo (2003) * * * *


ROBERT PLANT

Pictures at Eleven (1982) * * * ½
Principle of Moments (1983) * * * *
Shake 'n' Stirred (1985) * *
Now and Zen (1988) * * * ½
Manic Nirvana (1990) * * * ½
Fate of Nations (1993) * * *
Dreamland (2000) * * * *

JIMMY PAGE

Death Wish II (1982) * * *
Outrider (1988) * * *
Coverdale/Page (1993) * * *

JOHN PAUL JONES

Zooma (1999) * * * *

PAGE & PLANT

No Quarter (1994) * * *
Walking into Clarksdale (1998) * * * ½

THE FIRM

The Firm (1985) * * *
Mean Streets (1986) * * * * ½

THE HONEYDRIPPERS

The Honeydrippers (1984) * * *

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Cotações Doors, a banda mais superestimada de todos os tempos.

The Doors (1967) * * * 1/2
Strange Days (1967) * * *
Waiting for the Sun (1968) * * 1/2
The Soft Parade (1969) * * * *
Absolutely Live (1970) * * *
Morrison Hotel (1970) * * *1/2
L.A.Woman (1971) * * 1/2
Other Voices (1971) * *
Full Circle (1972) * *

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

"É tão comum, que é underground". Com essa frase meu irmão definiu o que estava achando de Lali Puna (Lp Scary World Theory, 2001 * *). Concordo com ele. Tremenda decepção esse disco. Bem, talvez eu tenha começado pelo disco errado - li em algum lugar que tem mais dois - mas o que ouvi não justifica o barulho em torno da banda de uma garota só (Valerie Trebeljahr), que conta, pelo menos nesse disco, com três escudeiros. Li comparações com Notwist, mas deles este disco não tem um décimo. Darei nova chance, se o disco não vender antes disso, mas preferia tentar o EP ou o mais novo. Enquanto isso, Hooverphonic, que é mil vezes melhor, continua sem maior alarde.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Eu gosto de coisas datadas. Deve ser por isso que gosto de tecno-pop e dos primeiros discos do OMD (Orchestral Manoeuvres in the Dark). Até o terceiro (Architecture & Morality, 1982 * * * * 1/2), o melhor disco deles, havia uma busca por uma sonoridade meio espacial meio festinha de adolescente, com aquele tecladinho tosco, mas que tinha melodias muito belas. Veja Souvenir, por exemplo. Foi o maior sucesso desse disco, e tem uma das linhas de teclado mais pueris que já ouvi. Mas até meu irmão, que despreza o tecno-pop como qualquer pessoa normal, acha legal. Com Dazzle Ships (1983 * * *) veio a necessidade de experimentar, e o disco tem grandes momentos, mas é meio sacal de ouvir numa tacada só. Junk Culture inicia uma fase em que eles se acostumaram a ser um sub-Pet Shop Boys, com alguns momentos dignos (muita coisa do LP Crush, faixas "Forever Live and Die", "Seven Seas of Love" dos LPs seguintes...) no meio de um monte de canções insípidas.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Um aviso: o HPG foi vendido para o IG, que, com toda a sua escrotidão bloqueou a entrada no site Tem Que Acontecer, minha amadorística experiência na confecção de Home Pages. Se alguém tentar entrar no link ao lado, vai conseguir navegar por uma minoria de páginas. Vou tentar disponibilizar por aqui os arquivos que eu não tiver perdido, tirando alguns que são muito ruins...

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Seguindo com a picaretagem, deliciosa, mas que denota uma preguiça…

Cotações KISS:

Kiss (1974) * * * * *
Hotter Than Hell (1974) * * * *
Dressed to Kill (1975) * * * * ½
Alive (1975) * * * ½
Destroyer (1976) * * * * ½
Rock 'n' Roll Over (1976) * * * *
Love Gun (1977) * * * * ½
Alive II (1977) * * * *
Paul Stanley (1978) * * *
Gene Simmons (1978) * * * ½
Ace Frehley (1978) * * * *
Peter Criss (1978) * * *
Dynasty (1979) * * * *
Unmasked (1980) * * * * ½
The Elder (1981) * * * * *
Creatures of the Night (1982) * * *
Lick it Up (1983) * * * ½
Animalize (1984) * * ½
Asylum (1985) * *
Crazy Nights (1987) * *
Hot in the Shade (1989) * *
Revenge (1992) * * ½
Alive III (1993) * * *
MTV Umplugged (1994) * *
Carnival of Souls (1996) * * ½
Psycho Circus (1998) * * ½
Alive IV: Synphonic (2003) nunca ouvi, e tenho muito medo


Comentários:

- Destroyer só não foi o terceiro disco a ganhar as cinco estrelas por causa de Great Expectations, com aquele coral constrangedor.
- Faz muito tempo que não ouço os discos "solo" de 1978 (com a exceção do disco do Ace que entrou em vinil na loja no ano passado). Minhas cotações foram de lembrança. Em tempo: a cotação do disco do Ace era a mesma.
- Revenge, Carnival e o Umplugged eu só ouvi no máximo três vezes, faz tempo. Talvez eu tenha sido rigoroso com eles. Ou condescendente.
- É isso mesmo. As duas obras-primas do Kiss são o primeiro e o The Elder. Nisso que dá ser ultrajantemente eclético.

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Gostar de Kiss é normal. Mas descobri que ADORO Kiss. Tudo porque escutei os três discos mais injustiçados da carreira deles (Dinasty, Unmasked e The Elder) numa tacada só, todos em vinil. Considero esses três discos melhores (OK...Dinasty menos que os outros) que tudo que eles fizeram depois. No entanto, na época de Creatures of the Night, disco apenas bonzinho, muitos disseram que era uma volta à velha forma de Destroyer e Love Gun. Besteira...Unmasked é uma pérola pop como a banda sempre sonhou fazer, desde o fenomenal primeiro disco. E The Elder é um grande risco, já que não se parece com nada do que eles haviam feito antes. E tem "Odyssey", com Paul Stanley pensando que é Neil Diamond. O disco é uma obra-prima, desde a capa até o conceito, um filme imaginário, mas que muitos dizem existir. Assim que sobrar um tempo mando as cotações do Kiss. Queria reouvir alguns antes.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Estava ouvindo Rainbow (Bent Out of Shape, 1983), com Jon Lynn Turner segurando o microfone. Acho que o chorão só se deu bem no Rainbow, sob a batuta de Richie Blackmore. Slaves and Masters, sua participação infame no Deep Purple, não só é o pior disco da banda (bem...Bananas é constrangedor, mas é melhor pensar que ele nunca existiu), como um dos discos mais patéticos já feitos. Odissey, de Yngwie Malmsteen é um pouco melhor, mas é fraco. Já os três que fez com o Rainbow (Difficult to Cure, Straight Between the Eyes e Bent Out of Shape) são muito bons, em parte pela mão boa para melodias de Blackmore.
Outra coisa: dos três discos, Bent Out of Shape é o que mais mergulha no pop radiofônico, mas o faz com uma desenvoltura impressionante. "Street of Dreams", "Can't Let You Go" e "Desperate Heart" (esta com um teclado brega toda vida) são as melhores. AOR de primeira, com melodias irresistíveis, que não são tão fáceis como parecem.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Yes

(uma homenagem ao Valente e ao Claudio)

Yes (1969) * * * *1/2
Time and a Word (1970) * * * * *
Yes Album (1971) * * * *
Fragile (1972) * * * * *
Close to the Edge (1972) * * * * *
Yessongs (triplo ao vivo) (1973) * * * * ½
Tales From Topographic Ocean (1973) * * ½
Relayer (1974) * * * * ½
Yesterdays -coletânea (1974) * * * *
Going for the One (1977) * * * *
Tormato (1978) * ½
Yesshows (1980) * * * *
Drama (1980) * * * *
Classic Yes –coletânea (1981) * * * * ½
90125 (1983) * * * *
90125 Live: The Solos (1985) * * ½
Big Generator (1987) *
Union (1991) *
Talk (1994) *
Keys to Ascension (capa azul) (1996) * * * ½
Keys to Ascension 2 (capa rosa) (1997) * * * ½
Open Your Eyes (1997) *
The Ladder (1999) *
Magnification (2001) *

Dois terços da banda:

Anderson-Brufford-Wakeman-Howe (1989) * *

Discos solos e outros projetos num futuro post…

terça-feira, dezembro 21, 2004

Cotações Black Sabbath (em homenagem ao Bury)

Queria só comentar que acho um absurdo quem não gosta de Sabbath porque o Ozzy canta mal. Esse tipo de argumento me irrita, a não ser que venha de alguém que não gosta de nada que não seja bem tocado, bem produzido, com muita técnica. Mas aí o gosto musical passa tão longe do meu que nem dá pra discutir. Pra quem gosta, mas não adora a banda, (re) ouçam Sabotage, disco que tem Ozzy no máximo da voz estranha, como se fosse captada de outra galáxia. Esse clima Space Metal do disco me encanta. Tem “Am I Going Insane (Radio)”, uma das canções mais birutas dessa fase da banda. E tem “Supertzar”, com a guitarra de Iommi voando pra outro planeta. E tem muito mais...É o mais próximo que o Sabbath chegou do Hawkwind. Assim como Never Say Die (outra obra-prima injustiçada) é o mais próximo que a banda chegou de Herbie Hancock (ouvir Headhunters, Thrust). Com o Dio também é bom, mas nem tanto. E com o Gillan é outra banda, mais pesada e demoníaca. Pena que só tenha durado um disco.
Bom...aí vai. Aos mais exigentes, lembro que as datas foram de memória, então algum errinho deve ser perdoado.

Black Sabbath (1970) * * * *
Paranoid (1971) * * * *
Master of Reality (1971) * * * * *
Volume 4 (1972) * * * * *
Sabbath Bloody Sabbath (1973) * * * *1/2
Sabotage (1975) * * * * *
We Sold Our Soul to R’n’R (1976) – coletânea dupla * * * * *
Technical Ecstasy (1976) * * *1/2
Never Say Die (1978) * * * * *
Heaven and Hell (1980) * * * *
Mob Rules (1981) * * * *1/2
Live Evil (1982) * * * *
Born Again (1983) * * * *1/2
Seventh Star (1986) * *1/2
Eternal Idol (1987) * *
Headless Cross (1989) *
Tyr (1990) *1/2
Dehumanizer (1992) * *1/2
Cross Purposes (1994) * * *
Forbidden (1995) * *
Reunion (ao vivo) (1998) * * *

É isso. Gosto do Cross Purposes. Acho que mesmo contando com Tony Martin o disco tem classe. Além de uma balada magnífica: “Dying For Love”.

Próximo post: cotações Yes (a pedido de Eduardo Valente)

sábado, dezembro 18, 2004

Escuto agora o maravilhoso Concert (1984 * * * *1/2) , do The Cure. Não sei por que muitos cismam com esse disco fenomenal, ao vivo sem overdubs, com uma quase-formação clássica (só Simon Gallup está ausente). Qualquer disco que tenha seqüência tão inspirada quanto "One Hundred Years", "A Forest" e "10:15 Saturday Night" merece os maiores elogios.

às vezes acho que Kevin Rowlands (Dexy's Midnight Runners e depois carreira solo) e Robert Smith são a mesma pessoa. Ambos cantam igual, com voz chorosa, ambos foram geniais (Bob Smith por muito mais tempo), e ambos não fazem coisas realmente boas desde muito tempo. The Cure, se acabasse depois de Wish, ia ter uma das maiores discografias do rock, mas seguiu fazendo discos burocráticos. E este que vos escreve gosta mais de Cure que de Joy Division, só pra se ter uma idéia do quanto eu amo essa banda.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

The Red Hot Chili Peppers…ou…a descoberta de uma fórmula:

Gosto muito de quando eles vislumbraram a possibilidade de um crossover ser sucesso comercial. Eles não inventaram nada, mas popularizaram a mistura, a influência funk no rock e vice-versa (lembrando que os dois primeiros são bem mais funk). No primeiro, falta sal, nada decola. No segundo, a produção de George Clinton ajuda, mas eles só acertam em cheio no terceiro (e melhor da banda), Uplift Mofo Party Plan. Mother's Milk é uma boa seqüência, mas Blood Sugar... descobre a balada FM, com a voz de Kiedis irritando como nunca. Seria o princípio de uma acomodação criativa. Nos dois complicados discos seguintes, ainda respira-se um ar de risco e de loucura, em grande parte graças a Flea. Em By the Way, parece que Kiedis domina, e a banda naufraga de vez.

The Red Hot Chili Peppers (1984) * *
Freaky Styley (1985) * * *
The Uplift Mofo Party Plan (1987) * * * *
The Abbey Road EP (1988) * * *
Mother's Milk (1989) * * * *
Blood Sugar Sex Magik (1991) * * *
One Hot Minute (1995) * * *
Californication (1999) * * *
By the Way (2002) *

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Editorial corajoso e pertinente do amigo Regis Tadeu, editor da revista Mosh, uma ótima opção para quem quer algo impresso sobre música e comportamento:

A pirataria mora ao lado
Estava eu pensando no que escreveria neste editorial, nas novidades que contaria a você – como a seção Radar, em que abordaremos apenas os lançamentos de bandas nacionais que estão começando a engatinhar em suas próprias carreiras – quando percebi que algo está me incomodando profundamente este mês. Por isso, resolvi colocar neste espaço o mesmo artigo que escrevi este mês na coluna Entre Linhas, que mantenho mensalmente na revista Cover Guitarra. Desculpe a repetição, mas preciso desabafar com você, caro leitor, a respeito de algumas coisas que ninguém anda com coragem em falar abertamente.O negócio é o seguinte: estou começando a achar que essa coisa de pirataria de CDs, downloads gratuitos, MP3 e o raio que o parta não é o monstro sanguinário e assassino que todo mundo se esforça para nos lembrar. Senão, vejamos...Um dos primeiros a levantar essa lebre foi o jornalista Lúcio Ribeiro, da Folha de São Paulo. Ao relatar que o novo disco da banda Libertines foi direto para o primeiro lugar da parada inglesa, ele escreveu que tal fato era “um tapa na cara da indústria musical”. Se você não está entendendo, eu explico: o tal disco, batizado com o nome do grupo, simplesmente estava disponível na Internet quase dois meses antes de seu lançamento. Na íntegra! Tal fato fez com que o álbum batesse recordes de downloads, etc, etc... Só que na mesma semana em que foi lançado oficialmente, The Libertines foi direto para o topo das paradas não apenas da Inglaterra, mas de quase todos os países da Europa. Afinal de contas, o que houve? O que aconteceu foi que mesmo quem tinha baixado o disco nos Soulseeks da vida não pestanejou na hora de comprar o CD oficial, porque já conhecia as músicas, tinha gostado do que tinha ouvido, foi na loja, viu que o preço não era exorbitante (se comparado com a renda média de seu salário), comprou e levou para casa um disco bem gravado, com encarte bacana e o escambau... Sim, você vai dizer que o cara mora na Inglaterra, tem grana, blá, blá, blá, que no Brasil todo mundo é pobre, bla, blá, blá... Aquela velha ladainha de sempre...Sabe qual a explicação? Não importa o lugar no planeta: se a música é boa e está disponível a um preço acessível, neguinho vai comprar o CD oficial, mesmo que ele já tenha uma cópia mal ajambrada em CD-R.Agora, pare para pensar nas pessoas de classes menos favorecidas... Sim, aquelas que todo mundo diz que são as maiores consumidoras de CDs piratas, essas víboras insensíveis que se recusam a pagar quase R$ 40,00 pelo disco do Bruno & Marrone, que optam pela cópia xerocada e xexelenta do camelô a cinco reais. Será que essa massa de gente não acha que, no fundo, a música criada por seus ídolos é uma bela porcaria?Mesmo sem saber, será que essas pessoas não sentem que as canções de seus grupos, duplas e artistas preferidos têm uma vida muito curta na memória de seus admiradores? Resumindo: por que esses cidadãos mesquinhos têm que gastar boa parte do (ridiculamente baixo) salário mínimo para comprar um CD que ele vai enjoar de ouvir em 15 dias?Se você ainda acha que estou de miolo mole, faço aqui a pergunta que não quer calar, mas que ninguém tem coragem de fazer: será que não são os próprios artistas a financiar a pirataria de seus próprios produtos? E digo “produtos” porque é exatamente dessa forma que a música é encarada hoje em dia... Como você explica o fato de um CD estar na banca do camelô 20 dias antes de seu lançamento? Como se explica que já haviam cópias - legendadas - em DVD do filme Kill Bill Vol. 2 três semanas antes do lançamento nos cinemas?Ponha-se no lugar de um artista de sucesso – um cara chamado Mahloney, por exemplo. Imagine que ele ganha 2% sobre o valor de venda para o atacado de cada unidade oficial do CD que acabou de gravar – algo em torno de R$ 0,50 por unidade. Se ele resolver piratear o seu próprio disco, colocar as cópias nas barracas dos camelôs e fazer um acordo em que 60% do valor do CD-R fique para ele e 40% para o “funcionário”, ele vai lucrar... R$ 3,00 por CD-R!!!É para se pensar, não?

Dizem que Black Sabbath sem Ozzy Osbourne não existe. Pois bem...ouçam com atenção ao Born Again e ao Mob Rules e depois a gente conversa.
Agora, de tudo que veio depois do Born Again, pouco se salva. Algo do Cross Purposes e do Dehumanizer. Mas muito pouco, se comparável aos dois discos citados no parágrafo acima. Tony Martin sucks!!!

sábado, dezembro 11, 2004

Ouvindo agora a genial banda black Grahan Central Station (LP Ain't No 'Bout-a-doubt It, 1975 * * * * *). Uma guitarra de tirar o fôlego, lembrando Eddie Hazel no Funkadelic, abre o disco e serve como cartão de visitas do funkão pesado da banda, com destaque para a voz linda de Chocolate, o toque feminino da banda (vários deles revezam no vocal). Faz pensar, e muito, como a black music dos anos 70 conseguiu um alcance que a de hoje não tem. Bandas como Tower of Power, War, o combo de George Clinton ("Parliafunkadelicment") e até o mais vilipendiado, mas igualmente genial, EWF têm grande aceitação entre os roqueiros menos bitolados, o que não acontece tanto com a black music de hoje. Não gosto muito de conclusões que levam a uma suposta inferioridade de uma em relação a outra, mas que a diferença de aceitação faz pensar é inegável
Eu não tenho a menor dúvida de que "This is Where I Belong", do Kinks, é a maior canção pop já feita. Kinks, por sinal, é a maior banda de todos os tempos, e bastariam dois discos pra provar isso: Face to Face (1966) e Village Green Preservation Society (1968). Pena que os discos são muito caros, mas qualquer loja que se preze deve ter pelo menos esses dois. Ou seja, nossa Jardim Elétrico só se tornará uma loja decente em meados de janeiro, quando os importadores voltarem a funcionar.

sábado, novembro 27, 2004

Viação Garcia, nove horas de viagem, ouvi Four Tet (álbuns Rounds e Dialogue) duas vezes. É Rock Progressivo de primeira, continuando o que bandas como Can, Faust, Gong, King Crimson e Henry Cow buscavam...transcender barreiras musicais. Não tenho palavras (acho que vocês perceberam) para descrever a beleza desses dois discos seminais. Duas obras-primas que tornaram a Castelo Branco bem mais atapetada do que ela é. Depois...congestionamento bravo na entrada de São Paulo. Por que tanta gente quer entrar nesta cidade numa sexta-feira??? Com criança berrando. Salvo pela reaudição dos discos do Four Tet.

No cd de MP3 ainda tinha: DAF (Alles ist Gut), com alguns momentos bacanas, mas bem meia boca no geral; adult., idem, com menos momentos bacanas; Arab Strap (Monday at the Hug and Pint), todas as influências diluídas, com voz chata pra diabo, um porre; Air, ou como é bom reescutar Moon Safari, ainda o melhor disco deles; Postal Service, primo pobre do Pet Shop Boys + Dave Gahan, cujo LP solo subiu bastante no meu conceito e Martin Gore, que por estar no final do cd não deu pra ouvir inteiro, mas me pareceu meio preguiçoso.
Parem as rotativas!!! Meu irmão Ricardo matou a charada. Bon Scott não morreu. Veio pro Brasil, pra escapar do fisco, e virou José Silvério, folclórico locutor de futebol no rádio.

sexta-feira, novembro 26, 2004

hehehehehe

rocka rolla (1974) * * * *
sad wings of destiny (1976) * * * *
sin after sin (1977) * * * *1/2
stained class (1978) * * * *1/2
hell bent for leather (1979) * * * *
unleashed in the east (1979) * * * * *
british steel (1980) * * * * *
point of entry (1981) * * * * *
screaming for vengeance (1982) * * * *1/2
defenders of the faith (1983) * * * *
turbo (1985) *1/2
priest live (1987) * *
ram it down (1988) * *
painkiller (1990) * * * *
jugulator (1997) * * *
live meltdown (1998) * * *1/2
demolition (2001) * * *
live in london (2003) – nunca ouvi