Direto ao ponto, uma passada pelos discos de uma das melhores bandas do tão incompreendido rock progressivo.
Yes (1969) * * * * 1/2
Estreia inspiradíssima de uma banda que se achava lixo perto do King Crimson. Consta que eles foram ver, ainda em 1969, um show da banda de Fripp e sairam desanimados demais. O que chama a atenção, nesses anos anteriores ao desbunde progressivo que eles ajudariam a fazer explodir, é a força das melodias, principalmente nas composições de Jon Anderson.
Destaques: Harold Land, Yesterday and Today, Survival.
Time and a Word (1970) * * * * *
Melodias perfeitas e execuções super trabalhadas, com Peter Banks e Tony Kaye arrasando. "Astral Traveller" é TOP 5 Yes, fácil. Já ouvi dizer que Steve Howe toca em várias do disco, mas nunca obtive confirmação para essa afirmação.
Destaques: Astral Traveller, Time and a Word, Sweet Dreams.
Yes Album (1971) * * * 1/2
Com Steve Howe no lugar de Peter Banks, a banda iria aos poucos chegar à cristalização de um som progressivo e místico, bem a ver com as aspirações de Anderson e Squire. Mas aqui as melodias são menos inspiradas que nos dois primeiros discos. É um belo disco, mas um pouco superestimado.
Destaques: Starship Trooper, A Venture, Perpetual Change.
Fragile (1972) * * * * *
Se você quiser comprar apenas um disco do Yes... Em Fragile, eles atingem o ápice do rock progressivo. Muito bem tocado, com a substituição de Kaye por Rick Wakeman (perdendo em punch, ganhando em técnica), é um disco sensacional, com quatro canções, todas excepcionais, e faixas curtas, representando cada integrante da banda, com destaque para "Mood for a Day", de Steve Howe.
Destaques: South Side of the Sky, Long Distance Runaround, Heart of Sunrise, Roundabout.
Close to the Edge (1972) * * * * 1/2
Com apenas três faixas, com destaque para a faixa-título, que preenche todo o lado A do LP, seria o disco que deflagraria uma crise na banda, completamente expurgada após o medíocre disco de estúdio que veio a seguir. Wakeman chamou o material deste disco de música para robôs, e ficaria ainda mais chateado com as pirações de Anderson em Tales From Topographic Ocean, mais conhecido como o disco que matou (com seu misticismo insuportável) boa parte da criatividade de Anderson.
Yessongs (1973) * * * *
Aqui abanda está no auge de suas habilidades técnicas. É um álbum triplo que tinha uma arte caprichada de Roger Dean, e saiu no Brasil com capa muito simplificada, envergonhando nosso mercado fonográfico.O som do CD é abafado, infelizmente. Não sei se houve uma nova remasterização para corrigir. Alan White substituiu o monstro da batera, Bill Bruford, durante a turnê.
Destaques: Excerpts from The Six Wives of Henry VIII, Heart of Sunrise, Long Distance Runaround, Close to the Edge.
Tales From Topographic Ocean (1974) * *
Um dos álbuns duplos mais chatos já feitos. Não tem como entender como a banda faria um troço assim entre Close to the Edge e Relayer, dois de seus melhores discos. O disco 1 até que se salva, mas o 2 é um tremendo porre de fanta uva com amendocrem vencido.
Relayer (1974) * * * * *
Sai Wakeman, entra Patrick Moraz. Neste disco, especificamente na suite "The Gates of Delirium", eles atingem o grau máximo no quesito "incomodar vizinhos e mães". Muita gente o considera o grande álbum da banda, e talvez estejam certos, embora seja difícil acreditar num álbum sem Bruford como o melhor da banda. O ano é 1974, auge do jazz rock, com Jeff Beck Group, Mahavishnu Orchestra e o Return to Forever de Chick Corea bombando. Por isso Relayer tem um toque mais jazzístico que os antecessores.
Going for the One (1977) * * * *
"Parallels" (composta por Squire) é a canção mais impressionante do disco, e remete ao disco solo de Chris Squire, Fish Out of Water. Seria a pegada de Drama, disco que vem três anos depois. A faixa-título inicia com a barulheira que impregnava trechos de Relayer. E "Wonderous Stories" é dessas baladas mágicas, que vez ou outra essas bandas progressivas faziam como ninguém.
Tormato (1978) * *
Algums momentos dignos dentro das faixas, e apenas uma realmente - e por inteiro - boa: "Release Release".
Drama (1980) * * * *
Com a saída de Jon Anderson, podemos considerar este disco como Fish Out of Water volume 2, graças à sonoridade voltada para o baixo, lembrando o tão elogiado disco solo que Squire lançou em 1975. O exemplo perfeito dessa filiação é a faixa "Does it Really Happen", com um absurdo de baixo Rickenbacker.
90125 (1983) * * * 1/2
Intitulado com o número de série da versão original inglesa, este disco marca a volta de Jon Anderson e de Tony Kaye. Como nem tudo é perfeito, Steve Howe, outro mago, sai para a entrada de Trevor Rabin. É um belo disco da AOR, ao menos no inspirado lado A. O lado B já entorta um pouco.
Destaques: Leave it, It Can Happen, Changes.
9012 Live - The Solos (1985) * * 1/2
Um ao vivo irregular, talvez desnecessário, mas com seus momentos. Tem um solo de Rabin que lembra os de Howe, e termina com o acorde de "Soon", já mostrando qual a faixa que virá em seguida.
Destaques: Changes, Whitefish.
Big Generator (1987) * *
O AOR segue firme e forte com a interessante faixa de abertura, "Rhythm of Love", com belos backing vocals e uma melodia agradável. A faixa-título, que vem a seguir, já coloca tudo a perder, e mostra o que será o resto do álbum: melodias nada a ver com arranjos sem imaginação, com mais uma exceção: "Shoot High Aim Low", bela e climática balada.
De 1985 em diante muito pouca coisa de estúdio se salva na produção da banda, incluindo aí o estranho álbum Anderson Bruford Wakeman Howe. O destaque óbvio nesse caso vai para o revisionismo sinfônico das partes de estúdio de Keys to Ascension I e II, enquanto os momentos constrangedores se multiplicam pelos outros discos.
3 comentários:
Ótima lista. Eu só daria mais algumas estrelas para o Tormato.
sério, Christiano. Primeira pessoa que descubro que gosta desse disco.
Gosto muito. Mas reconheço que gosto de umas coisas estranhas...rsrsrs
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