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sábado, fevereiro 20, 2010
Slayer é um santo remédio
Há muito tempo descobri que é muito mais fácil trabalhar com música. Ultimamente, descobri que é melhor ainda com Slayer. Por isso reescutei todos os discos, em ordem cronológica. Inevitável, então, comentar por aqui, né? Escrevo sob influência de Berrah de Alencar, Wilson Dias Lúcio, Eduardo Souza Bonadia, Antonio D. Pirani e outros, que eram os caras que escreviam na Rock Brigade no auge da minha fúria metal. Aproveito para pedir desculpas pelo abandono deste blog. Espero nunca mais deixá-lo tanto tempo à míngua.
Show no Mercy (1983) * * * * 1/2
Mais power metal do que verdadeiramente thrash metal. Tem até espaço para melodia assobiável ("Tormentor"). Mas a música de abertura é "Evil Has No Boundaries", que é uma paulada como eu nunca tinha ouvido. Lembro da reação que tive ao ouvir este disco pela primeira vez, no fim de 1983. Meses depois, eu trocaria meus Judas, Scorpions e Saxons por Anthrax, Metallica, Destruction. Foi o princípio da radicalidade que durou até 1985.
Destaques: Evil Has No Boundaries, Die By The Sword, Fight Till Death.
Haunting the Chappel EP (1984) * * * * 1/2
Quatro faixas ferozes como nenhuma banda conseguia ser, com destaque para "Chemical Warfare". Neste EP a banda completaria sua revolução no metal.
Hell Awaits (1984) * * * * *
O nome da faixa que encerra o disco já diz tudo: "Hardening of the Arteries". É preciso ser forte para "encarar o demônio de frente" e "dançar na propriedade do sobrenatural" (obrigado, velha e boa Rock Brigade). O que Araya e comparsas estavam fazendo era algo inacreditável, comparável a cuspir na água benta e urinar no altar da música pop. Hell Awaits inaugura a cadência clássica do Slayer, que seria imitada por zilhões de bandas mundo afora.
Destaques: Hell Awaits, Praise of Death, Kill Again.
Live Undead EP (1985) * * * *
Os caras simplesmente quebrando tudo ao vivo. Não dá para resistir. É bangear até morrer.
Reign in Blood (1986) * * * * *
Se existe um disco avassalador na história do metal, certamente e este. Outros mais pesados e velozes vieram, mas nenhum com tanta nitidez em cada instrumento. É certamente o manto sagrado do Thrash, do Death, do Speed, do Black e de tudo quanto é metal.
Destaques: Angel of Death, Epidemic, Raining Blood.
South of Heaven (1988) * * * *
Depois de Reign in Blood, é covardia. Mas deixando a poeira assentar e voltando à cadência de Hell Awaits, SOH é um grande disco, com uma cover de Judas Priest, a foderosa "Dissident Agressor". Em CD, costumava circular com uma versão dispensável para In-a-Gadda-da-Vida, do Iron Butterfly.
Destaques: South of Heaven, Live Undead, Ghosts of War.
Seasons in the Abyss (1990) * * * * 1/2
Mesclando o peso de South of Heaven com um pouco (é impossível ter tudo) da fúria de Reign in Blood, foi considerado um retorno à forma na época, depois de um disco menos agressivo.
Destaques: War Ensemble, Spirit in Black, Skeletons of Society.
Decade of Agression (1993) * * * *
Retrospectiva da carreira, ao vivo. Matador, obviamente.
Divine Intervention (1994) * * *
Em meados da década de 90, só o Slayer ainda chamava o capeta para dançar. Infelizmente, sem tanta inspiração. Como sempre, a faixa de abertura já nos lança no âmago da guerra, ansiando por sangue. Dave Lombardo disse adeus. Em seu lugar, estreia o insano Paul Bostaph.
Destaques: Killing Fields, Sex-Murder-Art, Mind Control.
Undisputed Attitude (1996) * * 1/2
Várias versões legais de músicas de bandas muito legais (Minor Threat, Stooges...). No entanto, cansa um pouco, por parecer tudo igual.
Diabolus in Musica (1998) * * * *
A fúria dos deuses do metal assassino está de volta. Um disco que remete a Seasons in the Abyss e ao mesmo tempo aponta para algo inédito na carreira da banda: a procura de uma atualização da sonoridade (algo que não se confirmaria, contudo).
Destaques: Bitter Peace, Love to Hate, Perversions of Pain.
God Hates us All (2001) * * * *
Muito provavelmente é o disco mais feroz desde Reign in Blood, o que extasia e convida à batalha, mais uma vez. Último disco com Bostaph na batera.
Destaques: Disciple, War Zone, Threshold.
Christ Illusion (2006) * * * *
A volta de Lombardo não trouxe muita mudança. O inferno continua expurgando todo o mal do mundo, e as pessoas continuam acreditando na religião como porta de salvação. À espreita, esses quatro californianos raivosos continuam arrebentando tudo.
World Painted Blood (2009) * * * * 1/2
Sem palavras. É o Slayer novamente galgando a trilha para o panteão de melhor banda furiosa que existe, pau a pau com o Killing Joke. Lúcifer foi aos céus armado com seus tridentes e jorrando sangue pela crostra terrestre (nofa!!!).
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9 comentários:
Quando eu trabalhava na Ilustrada, tentei emplacar uma crítica de "God Hates Us All"- até apelei para o 11 de setembro -, mas a chefia não quis nem saber...
po, uma pena. O Slayer devia estar em baixa mesmo.
Sérgio, vc citou anthrax, curte a fase com o bush nos vocais? Até que o
Sound of White... tem algo de interessante mas o que veio depois não me agradou.
gosto, sim. Principalmente daquele disco lançado em 2003. Mas preciso reouvir.
sérgio alpendre
Fala Sergio... de volta ao seu blog (tinha perdido o endereço)...
Slayer realmente é uma banda matadora, nunca a considerei uma das que eu mais gosto, mas com certeza é uma das que eu mais gosto de ouvir (vai entender)...
E esse trabalho novo deles... foda demais...
Bem, abraços cariocas...
seja bem-vindo de volta, Cacá. abraços
O Reign in Blood éo meu disco avorito. Provavelmente o disco que eu mais escuteio na vida. Se tem uma coisa que eu tenho inveja é de quem assistiu a turnê do "Still Reigning".
O Diabolus é o disco que eu menos gosto da banda. O God Hates Us All tmb não desce muito bem pra mim mas tem algumas coisas que eu gosto nele mesma coisa do Christ Ilusion. Esse World Painted Blood por outro lado me animou bastante.
O Undisputed Attitude por outro lado eu adoro.Escuto mais ele do que o Season e o South of Heaven que são discos que eu até gosto mais.
Pô, Sérgio, não deixe de escrever neste blog. Adoro seus textos. Slayer é Foda.
pode deixar, Zé. Estou ouvindo mais música em casa (não gosto muito de iPods e quetais). Deve ser mais atualizado daqui pra frente.
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