quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Os 100 melhores discos de 1977





















Mais uma vez reaproveitando material arquivado do site Tem Que Acontecer, projeto quixotesco que desenvolvi em 2003 e que foi sabotado pela venda da HPG. Claro que alguns discos saíram da lista, outros foram acrescentados, de acordo com minhas audições de lá pra cá. O mais curioso foi notar que alguns medalhões da MPB tiraram férias durante o ano de 1977. Assim, não consta na lista Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Jorge Ben, e Chico Buarque aparece só com uma trilha sonora. Outras bandas são tão boas que conseguiram emplacar discos menos inspirados na década, como é o caso do Earth & Fire, do 10cc e do Ohio Players. E algumas ausências podem ser tristes, como Tom Waits, cujo álbum de 1977, Foreign Affairs, é claramente de entressafra. O mesmo se pode dizer do Queen com News of the World, um bom disco, mas aquém do potencial da banda e dos 100 que entraram nesta lista final. Idem com o primeiro do Clash, que depois faria discos excepcionais. Vários outros bons artistas ficaram de fora, muitos com discos 3 estrelas (às vezes 3 1/2). A lista final não saiu sem certa dor, mas essa é grande parte da graça. No fundo, dói mais saber que devo ter esquecido vários outros discos muito bons.




















10cc - Deceptive Bends * * * *
Sem Godley e Creme, Goldman e Stewart tentam se reafirmar, à sombra dos quatro excelentes discos anteriores, e fazem um disco pop delicioso, o último antes da decadência definitiva de Bloody Tourists (1978).

Abba - The Album * * * *
O filme voltou a passar nos cinemas graças ao projeto Moviemobz. A banda, contudo, não precisa de mais nada além de suas belas melodias.

Aerosmith - Draw the Line * * * *
Superior a Toys in the Attic (1975) e Rocks (1976), Draw the Line é, sem dúvida, o melhor disco do Aerosmith ao lado de Get Your Wings (1974).

The Alan Parsons Project - I Robot * * * *
O segundo álbum do projeto de Alan Parsons conta com quase toda a banda Pilot, mais alguns convidados de luxo. Melodias brilhantes e experimentos com um progressivo espacial fariam a graça de muitos fãs até 1985, pelo menos.

Almôndegas - Alhos com Bugalhos * * * *
Terceiro disco da banda gaúcha de Kleiton e Kledir. Vários achados regionais escondidos no meio de muita melodia inspirada.

Banda Black Rio - Maria Fumaça * * * *
Funk instrumental brasileiro que voltou a se tornar cult por causa do relançamento em CD nos anos 1990.

The Beach Boys - Love You * * * * *
Dizer que é sensacional é chover no molhado. Brian Wilson melhora seu estado de sáude e coloca a massa cinzenta para criar as melodias irresistíveis que só ele sabe fazer. Na década de 70, este disco, dentro da carreira dos Beach Boys, só perde para Sunflower (1970).

Beto Guedes - A Página do Relâmpago Elétrico * * * * 1/2
Primeiro e melhor disco do compositor mineiro. Coquetel de beatlemania com progressivo e MPB que caiu nas graças de muito hippie da época

Blondie - Plastic Letters * * * *
Bem melhor que o primeiro LP, desta vez o Blondie vem disposto a conquistar o mundo, o que conseguiria, definitivamente, com o disco seguinte, a obra-prima Parallel Lines (1978)

Blue Oyster Cult - Spectres * * * * *
Da chamada equivocadamente de "fase metal", que compreende de Agents of Fortune (1976) a Revolution by Night (1983), Spectres é o melhor disco, mesmo concorrendo com pérolas como Cultossaurus Erectus (1980) e Fire of Unknown Origin (1981). Justiça seja feita: é o melhor disco do B.O.C.

Brian Eno - Before and After Science * * * *
Um disco de Eno, mesmo quando superestimado, é capaz de dar nós em nossos ouvidos.

Bryan Ferry - In Your Mind * * * *
Grande Ferry, cunhando melhor que todos o Rock 'n' Roll soul.

Caetano Veloso - Bicho * * * * *
Disco que parece um greatest hits, de tantas músicas que fizeram sucesso. De fato, muita gente pensa que é coletânea, até hoje.

Cartola - Verde que te Quero Rosa * * * * *
Terceiro disco de Cartola, compositor que dispensa comentários.

Cheap Trick - In Color * * * *
Os dois discos seguintes, Heaven Tonight (1978) e Dream Police (1979) são os melhores que a banda gravou. Mas as sementes estão neste ótimo disco de 1977.

Chic - Chic * * * *
Nile Rodgers e Bernie Edwards chegam com produção e seus instrumentos (guitarra e baixo, respectivamente), para mexer com o mundo funk, em plena era Disco. Fariam, no ano seguinte, a obra-prima C'est Chic.

Chico Buarque - Os Saltimbancos * * * *
Escondido entre duas obras-primas de Chico, Meus Caros Amigos (1976) e Chico Buarque (1978), este disco infantil que conta com participações de Miúcha e MPB-4 é uma delícia de se escutar.

Chrome - The Visitation * * * * 1/2
Ainda sem Helios Creed, que redefiniria o som da banda, o que temos neste disco de estréia é um Roxy Music inicial apontando para direções oitentistas interessantíssimas, mas com um pé forte no início dos 70s.

Colosseum II - Electric Savage * * * *
Este é o melhor disco da segunda formação de banda capitaneada por Jon Hiseman. Aqui, Gary Moore e Don Airey dão o ar da graça em um jazz rock nervoso.

Commodores - Commodores * * * *
Além de ter canções racha-assoalho, é o disco que contém a faixa "Easy", o maior sucesso comercial do grupo (seguido de perto pela belíssima "Three Times a Lady", balada do disco seguinte).

Daevid Allen - Now It's the Happiest Day of Your Life * * * * *
Allen sai do Gong, mas não abandona suas idéias poético-psicodélicas. Delicioso de se ouvir.

The Damned - Damned Damned Damned * * * * 1/2
Álbum de estréia de uma das bandas mais inspiradas do punk rock inglês.

David Bowie - Heroes * * * * *
Entre os discos que Bowie lançou na fase-Berlim, quando contou com a parceria de Brian Eno, Heroes é o melhor.

David Bowie - Low * * * * 1/2
Outro da fase Berlim, com um lado bem diferente do outro. A fórmula seria aperfeiçoada no disco seguinte, Heroes.

Dennis Wilson - Pacific Ocean Blue * * * * *
O talento está mesmo no sangue da família Wilson. Dennis já havia contribuido com algumas canções primorosas nos discos dos Beach Boys, mas este sensacional disco solo comprova definitivamente seu talento melancólico.

Earth & Fire - Gate to Infinity * * * *
Quinto e último grande disco da banda holandesa responsável por algumas das mais belas melodias dos anos 70. Daí em diante, a mistura de pop-disco-progressivo iria desandar, porque tenderia de vez ao pop mais comercial possível.

Earth Wind and Fire - All 'n' All * * * * 1/2
Um dos grandes discos de uma das melhores bandas de soul/jazz/funk que o planeta já viu.

Eddie Hazel - Game, Dames and Guitar Thangs * * * *
O disco solo do exímio guitarrista Eddie Hazel não se iguala a nenhum do Funkadelic com sua presença, mas quem disse que é fácil se igualar aos magos do funk psicodélico?

Electric Light Orchestra - Out of the Blue * * * * *
A questão aqui é reconhecer que Jeff Lynne é um compositor de melodias do nível de Paul McCartney e Brian Wilson. Uma vez reconhedido isso, não há como não se deliciar com este disco, um dos melhores da década.

Elvis Costello - My Aim is True * * * * *
Estréia excepcional de um músico que ainda é subestimado em certos círculos. Muito pop para ser abraçado integralmente pelos punks, muito arrojado para ganhar a simpatia do roqueiro mais conservador. Felizmente, as barreiras são fáceis de serem quebradas por este disco.

Fela Kuti - Shuffering and Shmiling * * * *
+ Fela Kuti - Zombie * * * * 1/2
Fela Kuti tem muitos discos e entre os que lançou em 1977 (dos quais só conheço três) estes dois são os escolhidos para entrarem na lista.

Frank Marino & Mahogany Rush - World Anthem * * * *
Um Jimi Hendrix servindo ao metal tradicional é o que temos com este disco.

Frankie Miller - Full House * * * *
Soul-rock cantado por um vocalista cujo timbre lembra muito o de Rod Stewart. Não tem como ser ruim.

Gal Costa - Caras e Bocas * * * *
Provavelmente o último grande disco de Gal Costa, lançado em um ano que ouviu muitos últimos grandes discos e vários grandes primeiros discos.

Gentle Giant - Playing the Fool * * * *
GG em processo de decadência é melhor do que 99% do que se faz em música pop ou rock. A partir deste disco, eles tentariam dar novos rumos à sua música, e nunca mais fizeram um grande trabalho. Este, no entanto, é facilmente um dos melhores duplos ao vivo que foram feitos no rock.

Gerson King Combo - Gerson King Combo * * * * 1/2
Funk nervoso de primeira.

Gilberto Gil - Refavela * * * *
Nas pegadas de Refazenda (1975), só que comendo poeira. Ainda assim, é um grade disco do ex-ministro.

Gong - Live Etc. * * * *
Duplo ao vivo que contém alguns dos melhores momentos (gravados entre 1973 e 1975, quase todos ainda com Daevid Allen) do prog-psicodélico da banda, lançado em uma época em que eles já estariam indo na direção do jazz-rock sob a orientação de Pierre Moerlen.

Heatwave - Too Hot to Handle * * * *
Rod Temperton é um dos maiores compositores de soul-music que existiram, e esta banda serve-se muito bem de seu talento neste disco de estréia e no igualmente brilhante Central Heating (1978).

Ian Dury - New Boots and Panties * * * *
Neste disco com a fenomenal banda The Blockheads, Ian Dury entrega mais uma mistura de ritmos amarrados pelo rock.

Iggy Pop - Lust for Life * * * *
Melhor que o outro disco lançado pelo iguana em 1977, The Idiot, Lust for Life é o melhor exemplo do som que ele estava buscando desde que os Stooges viraram História.

The Jacksons - Goin' Places * * * *
Michael Jackson já não era mais criança, e estaria a poucos anos de se tornar um dos maiores astros da música.

Jacques Brel - Brel * * * * 1/2
Gravado depois que o cantor passou alguns anos navegando pelo mundo em seu iate, Brel é o canto de cisne desse artista único, atemporal, como podemos ver na maior parte das faixas deste disco.

Jan Hammer Group - Melodies * * * *
Hammer tentando encontrar novos rumos para seu jazz-rock

Jane - Between Heaven and Hell * * * * 1/2
A excelente banda alemã Jane desenvolveu uma carreira bem interessante, mudando sempre de formação e de sub-estilo, dentro de um hard-progressivo totalmente tingido pelo que o Krautrock entregou ao mundo no início dos anos 70. Este BHAH é um de seus melhores discos, cheio de melodias inspiradas e um prog-soft inofensivo, mas bem agradável de se escutar.

Jean-Luc Ponty - Enigmatic Ocean * * * *
Provavelmente o melhor disco do violinista, contando com Daryl Stuermer, Allan Holdsworth e Allan Zavod.

Jethro Tull - Songs from the Wood * * * * 1/2
Após aproximações com o pop no disco anterior, JT chega muito próximo do que o Gentle Giant fazia nos anos anteriores. Claro, é inferior que qualquer disco do Giant até o duplo ao vivo, mas é melhor que Missing Piece, disco de estúdio do GG em 1977).

João Bosco - Tiro de Misericórdia * * * * *
Sem dúvidas o melhor disco deste excepcional compositor.

João Gilberto - Amoroso * * * * *
João já era grande, e de quebra nos presenteia com este disco formidável, um dos melhores já feitos em nosso país.

João Nogueira - Espelho * * * *
Compositor um tanto injustiçado, Nogueira estava inspirado quando gravou Espelho.

John Martyn - One World * * * *
Em 1977, este disco suave de Martyn, contendo sua voz única (em algum lugar entre Chris Rea, Richard Heavens e Bryan Ferry) soa como um OVNI em meio a obras Disco, punk ou hard rock.

Kansas - Point of Know Return * * * * 1/2
A banda começou progressiva, mas sempre alternando momentos de hard rock e pop. talvez a mistura tenha atingido o ponto máximo neste disco, que contém a clássica "Dust in the Wind" e a impecável "Closet Chronicles".

Kayak - Starlight Dancer * * * * *
A banda holandesa chefiada por Tom Scherpenzeel teve uma carreira bem irregular, mas quando acerta sai de baixo. Acertou em cheio três vezes nos anos 70: no disco de estréia, See See the Sun (1973), em Kayak II (1974) e neste estupendo Starlight Dancer, que se renova sem abandonar as raízes, e tem melodias espetaculares pelo disco todo.

Kiss - Love Gun * * * *
Pode não ter o mesmo nível de Kiss (1973), o álbum de estréia, de Destroyer (1976) ou mesmo de Dressed to Kill (1975), mas está longe de ser o disco de entressafra que muitos sugerem até hoje. Só "I Stole Your Love" já derruba qualquer disposição contrária.

Kraftwerk - Trans Europe Express * * * * *
Primeira obra-prima da banda alemã que no ano seguinte faria mais uma: Man Machine. Só "Hall of Mirrors" já valeria o disco, e tem muito mais.

La Máquina de Hacer Pájaros - Películas * * * *
Disco prog da banda de Charlie Garcia que há muito tempo não escuto. A presença aqui tem boa dose de confiança na minha memória de que a inspiração de Garcia estava em alta.

Leonard Cohen - Death of a Ladies' Man * * * *
Produzido por Phil Spector, mostra o bardo canadense tentando se reencontrar após a obra-prima New Skin for the Old Ceremony (1974).

Locanda Delle Fate - Forse le Lucciole non si Amano Più * * * *
Com um dos títulos mais bonitos do rock, este disco da banda italiana de vocal operístico (e de nome bonito também) impressiona pelas melodias e pelo piano fluente em toda sua duração.

Maneige - Ni Vent ni Nouvelle * * * *
Quem gosta de Gentle Giant, xilofones e fusion não tem como não gostar deste disco do Maneige. Quem não gosta está perdendo.

Metro - Metro * * * *
Alguns lugares apontam este disco como lançamento do fim de 1976, mas o All Music e o Rate Your Music, que estão longe de serem infalíveis, apontam 1977. Que seja. De qualquer forma, o disco é excelente, e merece figurar nesta lista.

Moraes Moreira - Cara e Coração * * * * 1/2
Grande disco de Moreira, ex-Novos Baianos, que no ano seguinte faria o igualmente belo Auto Falante.

National Health - National Health * * * *
Banda de Dave Stewart (ex-Khan, Egg, Arzachel) que é praticamente uma continuação do Hatfield and the North (sem os irmãos Sinclair e com os mesmos Phil Miller e Pip Pyle, e pratica uma mistura bem interessante de progressivo com jazz e experimentalismo.

Ohio Players - Angel * * * *
Não tão bom quanto os clássicos Skin Tight e Fire (ambos de 1974), mas Ohio Players é uma das bandas mais talentosas do funk setentista, e este talvez seja o último grande disco deles.

Parliament - Funkentelechy vs. the Placebo Syndrome * * * * 1/2
Junto do Funkadelic, que não lançou disco em 1977, o Parliament, também uma criação de George Clinton, é das coisas mais interessantes que surgiram na música entre o fim dos anos 60 e o começo dos 70.

Pekka Pohjola - Keesojen Lehto * * * *
Os vinis do finlandês Pohjola, e da banda da qual fez parte, Wigwam, valiam fortunas tempos atrás. Lançamentos em CD na Europa acabaram com a festa dos especuladores, e tornaram possível que muito mais gente conhecesse o prog-jazza-pop envolvente do músico.

Percy Thrillington - Thrillington * * * *
Músicas de Paul McCartney recebendo versões lounge em plena era punk? Isso pode ser bom? Por incrível que pareça, pode sim, pois Percy Thrillington é ninguém menos do que o próprio Macca em curioso projeto paralelo.

Peter Gabriel - Peter Gabriel * * * *
Em carreira solo, Gabriel ainda se sairia melhor com o terceiro e o quarto disco de sua carreira, em 1980 e 1982. Esta estréia, entretanto, é superior ao segundo disco dele, e tem a clássica canção "Solsbury Hill".

Peter Hammill - Over * * * * 1/2
Um dos melhores discos da carreira solo de Hammill.

Pilot - Two's a Crowd * * * * *
Um dia esta excelente banda terá o reconhecimento que merece. Este é o quarto e último disco deles.

Pink Floyd - Animals * * * *
Depois de um disco irregular, Wish You Were Here (1975), a banda volta com força em um álbum mais direto, cheio de influências de folk e blues, e com faixas enormes, mas com um pé forte no mercado.

Ramones - Leave Home * * * *
Simplesmente o melhor disco da banda.

Recordando o Vale das Maçãs - Crianças da Nova Floresta * * * *
Banda de um disco só, que mesclava progressivo com folk e MPB.

Renaissance - Novella * * * * 1/2
Excelente disco de apenas cinco faixas, sendo uma delas a antológica "The Sisters"

The Residents - Fingerprince * * * * 1/2
Lançado em tiragem limitada e autografada ainda em dezembro de 1976, obteve lançamento "oficial" no ano seguinte, se tornando um dos discos fundamentais pelo que o Residents viria a ser reconhecido.

Roberto Carlos - RC 77 * * * * *
Outro disco que mais parece uma coletânea, de tantas músicas antológicas. Seria a última obra-prima do Rei.

Robin Trower - In City Dreams * * * *
Trower saiu do Procol Harum e desenvolveu carreira solo mais interessante do que a do grupo nos anos 70, como comprova este ótimo disco.

Rush - A Farewell to Kings * * * *
Fãs de Rush são como fãs de Iron Maiden: se esforçam tanto para que todos gostem de suas bandas de coração que terminam por afastar-nos delas. Uma audição fria revela muitas qualidades em alguns álbuns desta banda canadense.

Scorpions - Taken by Force * * * * 1/2
Um dos melhores discos do Scorpions conta com Ulrich Roth ainda, pela última vez em estúdio.

Som Nosso de Cada Dia - Som Nosso (Sábado/Domingo) * * * * 1/2
Um lado prog, outro funk. Para desespero dos fãs antigos da banda, o lado funk é sensivelmente melhor.

Split Enz - Dizrythmia * * * * *
A banda neo-zelandesa que revelaria os irmãos Neil e Tim Finn para o mundo lançou vários discos de antologia, entre eles este impecável e estimulante disco de 1977.

Status Quo - Rockin' All Over the World * * * *
A banda que atravessou os anos 70 fazendo discos bem bacanas nos entrega mais um, que pode até ser considerado um dos cinco melhores de sua carreira. Em quinto, vá lá, já que não tem como ficar na frente de Hello (1973), Quo (1974), On the Level (1975) e o melhor de todos, Blue For You (1976).

Steely Dan - Aja * * * *
É curioso como este disco é sempre tido como o supra-sumo da música do SD. Vira e mexe aparece como um dos melhores discos dos anos 70. É um grande disco, mas a banda de Donald Fagen e Walter Becker fez pelo menos três discos melhores que este: Can't Buy a Thrill (1972), Pretzel Logic (1974) e Royal Scam (1976).

Steve Hillage - Motivation Radio * * * * *
Terceiro disco solo do ex-guitarrista do Gong e do Khan, é também o seu melhor, superando o progressivo ortodoxo, e muito bem feito, de Fish Rising (1975) e a agradável indecisão criativa de L (1976).

The Steve Miller Band - Book of Dreams * * * *
Mais fraco que Fly Like an Eagle (1976) ou The Joker (1973), ainda assim é mais uma prova do talento de Miller para fazer discos deliciosos sem que sua técnica prevaleça sobre as melodias.

Steve Winwood - Steve Winwood * * * *
Primeiro e inspirado disco solo de Winwood, com sua voz negra e aguda soando com toda a limpidez que lhe é característica.

The Stranglers - No More Heroes * * * * 1/2
Lançado poucos meses depois de Rattus Norvegicus, este disco sublime consegue ir além da estréia da banda, colocando-os sob os holofotes da recente onda punk-rock que assolou a Inglaterra

Suicide - Suicide * * * * *
Alan Vega e Martin Rev revolucionaram o punk e o synth pop que estava surgindo com o Kraftwerk, abrindo caminho para coisas pesadas que viriam em seguida. O primeiro e sensacional disco do Soft Cell pode ser considerado um dos maiores herdeiros desta pérola.

Talking Heads - 77' * * * * *
Primeiro e excepcional disco de uma das bandas mais importantes do cenário pós-punk/new wave que surgia com força a partir de Nova York.

Television - Marquee Moon * * * * *
Um dos clássicos dos anos 70. A guitarra de Verlaine ficaria para sempre marcada no mundo da música pop. Tem um pouco de progressivo, um pouco de glam rock, de punk, e muito de Velvet Underground. Isso dito, não tem na verdade nada do que foi citado, pois tudo junto dá numa das coisas mais originais que pudemos ouvir depois de... er... Velvet Underground.

Throbbing Gristle - Second Annual Report * * * * 1/2
Assim é que se faz música experimental.

Tim Maia - Tim Maia * * * *
Entre altos e baixos, qualquer disco de Tim Maia nos anos 70 tem que entrar em qualquer lista deste tipo. Esse de 1977, lançado na época pela Som Livre, traduz com precisão o porquê do cantor ser considerado um dos maiores de todos os tempos.

União Black - União Black * * * * 1/2
Funk à brasileira. Um dos discos essenciais da black music nacional, que não teve a projeção que merecia.

Uriah Heep - Firefly * * * *
+ Uriah Heep - Innocent Victim * * * *

De uma fase subestimada da banda, estes dois discos com John Lawton no vocal são melhores que os três anteriores, com David Byron. Difícil é o fã que tem disposição para descobrir isso.

Utopia - Ra * * * *
+ Utopia - Oops! Wrong Planet * * * *

Dois discos da banda montada em 1974 por Todd Rundgren, que não lançou disco solo em 1977. Como sempre, o ecletismo é a marca do sujeito. Ra tende para o progressivo, e Oops vai mais para o lado do pop, encerrando com um dos maiores sucessos da carreira de Todd, a balada "Love is the Answer".

Van der Graaf - The Quiet Zone / The Pleasure Dome * * * *
Não faz mal que é o disco mais fraco do VdGG (menos o segundo G, de Generator) junto de World Music (1976). Nele você pode ouvir algumas das faixas mais inspiradas do prog na segunda metade da década de 70, como "Cat's Eye", "Lizard Play" e "The Wave".

Wire - Pink Flag * * * * 1/2
Outro dia esbarrei em um debate na internet sobre qual é melhor, este ou o segundo, Chairs Missing (1978). Sinceramente, eu também não sei, pois cada vez que escuto os dois discos saio com um como superior ao outro, e isso sempre muda. O que importa é que a banda é excelente, e ainda tem um terceiro disco bacana, 154 (1979)

Yes - Going for the One * * * *
É o disco que marca a volta de Rick Wakeman. Continua na onda do progressivo total e barulhento inaugurado com o espetacular - e superior - Relayer (1974).


Limados no último corte:
Belchior - Coração Selvagem
Egberto Gismonti - Carmo
Francis Hime - Passaredo
Gryphon - Treason
Hawkwind - Quark Strangeness and Charm
Illusion - Out of the Mist
Jan Akkerman - Jan Akkerman
Judas Priest - Sin After Sin
Klaatu - Hope
Premiata Forneria Marconi - Jet Lag
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Próximo ano: 1983

domingo, fevereiro 22, 2009








Em homenagem a O Lutador, belo filme "de" Mickey Rourke, atualizo este blog esquecido com as cotações de uma banda germânica clássica, que influenciou nove entre dez bandas de power metal dos anos 90 (Bling Guardian, Stratovarius, Rage, Morgana Lefay...): ACCEPT.



Accept (1979) * * * *

Começo cru, mas com melodias interessantes. Algumas composições são bem inspiradas. É como meu irmão disse há pouco: "quem iria apostar que uma banda com um front man desses (Udo) iria vingar?"



I'm a Rebel (1980) * * *

A maior força deste álbum é ser esquisito. Curiosamente e apaixonadamente esquisito. Metal com backing vocals punks, muito antes do estouro do crossover de meados da década de 80, é o que se pode ouvir na faixa título. Disco music é o que se pode ouvir em "I Wanna be no Hero".



Breaker (1981) * * *

Cada vez mais perto da sonoridade que iria marcar a banda e influenciaria quased todo o metal tradicional europeu daí em diante. Um Judas Priest vitaminado, mas ainda sem a força que teria nos discos seguintes.



Restless and Wild (1982) * * * * *

O clássico da banda. Nunca mais repetiram o feito. Aqui, nascia o power metal, em faixas como "Fast as a Shark" e "Ahead of the Pack". Ao mesmo tempo, a inspiração melódica e semi-épica de faixas como "Demon's Night", "Neon Nights" e "Princess of the Dawn" é inesquecível.



Balls to the Wall (1983) * * * *

Seguindo no caminho trilhado com perfeição no disco anterior, mas já dando sinais de um comercialismo preocupante (vide "Love Child"). As melhores são as duas primeiras, "Balls to the Wall" e "London Leatherboys", e a última, "Winter Dreams".



Metal Heart (1985) * *

Algumas faixas muito boas convivem com constrangimentos como "Living for Tonite". Extrapolaram na vontade de vender, desta vez, e fizeram um disco em que nada é de metal, muito menos o coração.



Kaizoku-ban (1985) * *

Mini-LP ao vivo, com a turnê de Metal Heart. Algumas faixas tem versões mais pesadas, mesmo assim o disco não convence.



Russian Roulette (1986) * * *

Mais pesado, mais inspirado, menos orientado para as FMs. Não uma volta ao passado, mas uma redirecionada de caminhos. Disco indeciso de certa forma, mas com momentos bem marcantes.



Eat the Heat (1989) * *

Como se adequar aos novos tempos? Eles só descobririam na década seguinte. Ainda assim, alguns momentos, como é de praxe em discos do Accept.



Staying a Life (1990) * * *

Um duplo ao vivo para satisfazer os que só encontravam registros decentes da banda no palco em produtos piratas.



Objection Overruled (1992) * * *

Qualquer objeção a este disco deve ser negada, pois é o melhor que eles lançaram desde Balls to the Wall. Quase uma volta definitiva à excelente forma do biênio 82/83.



Death Row (1994) * *

Estranhei demais este disco na única vez que o escutei. Nunca voltei a ele, infelizmente. Devo voltar por estes dias.



Predator (1996) * * *

O peso alcançado. A maneira de se adequar a novos tempos encarada com firmeza. Não vingou, mas é um disco bem digno.



All Areas - Worldwide (1997)

Ao vivo de despedida. Nunca o escutei. Nunca é tarde, e como no caso de Death Row, merecerá um update assim que for decifrado.