Lá vou eu novamente ser do contra. Não por querer, mas por
acontecer mesmo. É que nunca entendo essa quase unanimidade com relação ao Ocean (1977) ser o melhor disco do Eloy.
Para mim, pelo menos três discos deles são melhores: Power and the Passion (1975), Silent
Cries and Mighty Echoes (1979) e, acima de todos, o maravilhoso Dawn (1976), único postulante a
obra-prima dos discos da banda.
Acho o lado 1 de Ocean
extraordinário. O que quer dizer que de suas quatro músicas, as duas primeiras
são muito boas. Já as duas últimas me parecem genéricas, algo criado por algum
computador com informações genéticas do Eloy. Dawn, ao contrário, é
inteiramente forte. Mais variado e nada monocórdico, cheio de melodias belas e
empolgantes passagens instrumentais. É tão superior a Ocean, a meu ver, que
desconfio que muitos elegem este último no piloto automático, sem ter se dado
ao trabalho de ouvir as pérolas que compoem Dawn, das maravilhosas partes
"Appearance of the Voice/Return of the Voice" à primeira
"Lost", passando por "The Sun Song", "The Midnight
Fight/The Victory of Mental Force" e Gliding Into Light and
Knowledge", são mesmo muitas peças inspiradas de prog-rock, com uma força
que eles nunca mais repetiriam.
P.S. Reouço Performance e me surpreendo. É mais um disco legal da banda, com sete boas composições. E menos pop modernoso do que eu lembrava, talvez porque agora gosto de muitas coisas que são pop modernoso, então não me incomoda mais essa mistura de progressivo com a sonoridade eletrônica-cafona da época. Para melhorar, a capa faz alusão a um jogo de sinuca.
Um comentário:
Cheguei a, lá pelos idos dos noventa, ir a juiz de fora e pagar o equivalente de três LPs num encarte desse disco, uma vez que os nacionais vinham mutilados (imagina a felicidade do dono da loja - grande Gilmar, da Rock Mania). Concordo quanto à quase unânimidade quanto ao "Ocean", nunca o recomendei, acho o Jurgen Rosenthal um chato, tanto batendo quanto cantando.
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