Volta o blog, voltam também as cotações. Como não
acrescentei no post anterior, e como resolvi reouvir a maior parte dos discos
comentados, aqui vai uma série de cotações atualizadas para os álbuns da banda
até 1984, com breves comentários. Boa viagem.
Eloy (1971) **
Hardão genérico que lembra milhares de discos da época.
Inside (1973) ****
Frank Bornemann resolve levar seus cúmplices ao espaço e
isso faz muito bem à banda. As faixas continuam grandes, mas agora os arranjos
fazem toda a diferença. Na linhagem kraut-rock espacial que Jane, Novalis e
Holderlim iriam perseguir adiante.
Floating (1974)
****1/2
Um aprimoramento do progressivo pesado e espacial apresentado
no disco anterior, e forte candidato a segundo melhor álbum da banda. Peso,
viagem, melodia, tudo em ótimas camadas sonoras.
The Power and the
Passion (1975) ****
Talvez seja o primeiro disco com a sonoridade típica do Eloy
mais conhecido, e também o primeiro com o conhecido logo e o mesmo padrão de
capa com paisagem que será repetido em Dawn.
Dawn (1976) *****
É de fato a obra-prima da banda. Um dos discos mais variados
de sua fase progressiva, com vozes estranhas invadindo o som espacial e
melodias verdadeiramente pacificadoras.
Ocean (1977) ***1/2
Lado A magnífico, lado B genérico em tudo. Estava na hora de
uma nova reformulação da sonoridade, sob o risco de se repetir. O que eles
fizeram em seguida, após o burocrático ao vivo, foi um meio termo cômodo, mas que
deu certo.
Live (1978) ***
Burocrático mesmo. E duplo ainda por cima. Claro, as músicas
são boas, então o disco sobrevive.
Silent Cries and
Mighty Echoes (1979) ****1/2
Percebe-se aqui que o clima fica um pouco menos viajante e
mais palatável para um público oitentista.
Como já havia dito, este disco antecipa em muito o neo-prog que seria
assumido pelas bandas inglesas da década seguinte, ao menos a boa porção delas
(Marillion, Pallas), infelizmente minoritária.
Colours (1980) ****
Entram de sola nos anos 80 completando a transição iniciada
no disco anterior e preparando o terreno para a crescente modernidade
eletrônica dos discos que viriam. É o British
Steel do Eloy (em alusão à obra-prima do Judas Priest que forjou a
identidade oitentista da maior banda da NWOBHM).
Planets (1981) ****
Outro belíssimo disco com sonoridade moderna e ainda
mantendo os dois pés no progresssivo. A capa do lançamento britânico é muito
mais bonita (pode ser vista aqui)
Time to Turn (1982)
***1/2
Cai um pouco, mas não o suficiente para desanimarmos, ainda
mais porque a faixa de abertura, "Through a Somber Galaxy", é arrasadora,
com o baixo de Klaus-Peter Matziol embalando a melodia. Em todo caso, o Eloy
fez a transição para os anos 80 um pouco melhor que o Camel, que nesse mesmo ano
lançava o mediano A Single Factor.
Performance (1983)
***1/2
Mais moderno ainda, de um modo perigoso, mas
surpreendentemente forte em retrospecto. Acho que foi o terceiro álbum que ouvi
da banda, logo após de conhecê-la com The
Power and the Passion e Dawn.
Envelheceu bem esse disco cuja existência parece possível unicamente nessa
primeira metade dos anos 80.
Metromania (1984) ***
Ainda mais modernoso que Performance,
a ponto de talvez ser um tanto forçado chamar de progressivo. New Wave espacial
seria mais apropriado.