terça-feira, dezembro 23, 2003

reouço agora o álbum de estréia do Electric Six, o inacreditável Fire (lançado em maio deste ano). pode até entrar pra lista dos melhores de 2003, graças a uma mistura despudorada de ingredientes que raramente funcionam. tem new wave, stoner rock, punk, disco, power pop e tecno-pop tudo liquidificado e servido da melhor maneira possível. a banda é de Detroit. seus integrantes se auto-denominam: the rock'n'roll indian, surge joebot, dick valentine, M e, o mais bizarro, disco (só isso...disco). o vocal lembra o do Monster Magnet, mas o instrumental não é tão pesado. Lúcio Ribeiro, escriba com o qual raramente concordo, disse que este ano foi muito eclético. ouvindo este disco do Electric Six sou obrigado a concordar e, levantando os braços, dizer: "glória aos céus, chega de mentes bitoladas"
nova chance ao disco dos Raptures, o aclamado Echoes. gostei mais desta vez. a voz lembra muito a de Robert Smith ao vivo, mas o som foge espertamente das comparações incômodas com Gang of Four. ao vivo, dizem, a semelhança é maior. no disco, com maior incidência de instrumentos eletrônicos, aparece uma identidade a ser aperfeiçoada. por enquanto é uma promessa (apesar de anos de shows). esperemos o segundo álbum.

domingo, dezembro 21, 2003

as cotações:

queen (73)**** queen II (74)***** sheer heart attack (74)***** a night at the opera (75)***** a day at the races (76)**** news of the world (77)***1/2 jazz (78) ****1/2 live killers (79)**** the game (80)**** flash gordon (81)** hot space (82)**1/2 (single de under pressure*****) the works (84)** a kind of magic (86)*1/2 live magic (86)** the miracle (89)*** innuendo (91)*1/2 at the wembley (92)**1/2 made in heaven (95)*

sexta-feira, dezembro 19, 2003

ouvindo a obra-prima Sheer Heart Attack, do ainda subestimado Queen, fico pensando os motivos pelos quais a banda é até hoje menosprezada por muitos que gostam de rock dos anos 70. eles são dos poucos que aliam esmero nos arranjos ao peso do hard rock da época. fazem o que o Sweet tentou fazer a carreira inteira, só que de forma bem melhor sucedida. tem mais identidade, mais punch, mais talento, enfim. Sheer Heart Attack é o terceiro LP, sucedendo o genial Queen II, único disco deles que não tem hits e, para mim, o melhor (não por esse motivo, obviamente). A Night at the Opera fecharia a trinca de ouro no ano seguinte. até The Game, a banda pode ser considerada muito boa, depois escorregou, por vezes vergonhosamente (A Kind of Magic e Innuendo são ruins de doer, sem contar a baba de Made in Heaven). deveriam ter continuado com George Michael no vocal principal. único vocalista que poderia dar prosseguimento ao legado artístico de Freddy Mercury (cantor de inúmeros recursos até resolver ganhar dinheiro com gemidos e yeahs). era o melhor compositor também, apesar de Brian May ter muitas pérolas em seu currículo. aliás, o timbre da guitarra de Brian é até hoje inimitável. john deacon e roger taylor também merecem crédito. deacon compôs a deliciosa "Spread Your Wings". taylor brindou-nos com "Fun it", pra dizer só minha preferida de cada um. já é hora de reparar essa injustiça com um dos maiores. Queen rules.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

ouvindo Democracy do Killing Joke, pude reparar uma injustiça. o disco está muito além do sub-Pandemonium que a maior parte da crítica pintou na época. é certo que a excelência de Pandemonium raramente será repetida, por eles ou qualquer outros. mas ouça "savage freedom" e seu vigor contagiante. ou "democracy" com seu refrão melancólico e pesado. ou ainda "aeon" que ameaça ser festinha para acabar massacrando nossos ouvidos, trilha perfeita para um dia raivoso. a banda sempre se prestou a isso, fazer-nos extrapolar nosso lado selvagem, até que sucumbiu a um pop mais palatável. durou três discos (entre eles um que só recentemente aceitei, Brighter than a thousand suns), o suficiente para afugentar velhos fãs, os quais ressurgiram com a violência de Extremities, Dirt and other repressed emotions, o disco de metal da banda. killing joke (80)***** what's this for (81)**** revelations (82)****1/2 fire dances (83)****1/2 night time (85)****1/2 brighter than a thousand suns (86)*** outside the gate (88) ***1/2 extremities, dirt...(90)****1/2 pandemonium (94)***** democracy (96)****1/2 killing joke (2003)**** (mas pode mudar pois os discos deles sempre melhoram com o tempo)

quinta-feira, dezembro 11, 2003

post curto só para sair do jejum e para lembrar da maravilha que é o primeiro disco de Jimi Hendrix (Are You Experienced?, de 1967). sempre achei Axis Bold As Love sua obra definitiva, mas este disco exagera no esporro da guitarra e tem tudo que seria desenvolvido em Axis, só que em estado mais ríspido, com menos firulas. dos três discos lançados pela banda Experience, sou obrigado a rever meus conceitos e considerar como menos genial o terceiro, Electric Ladyland (o mais virtuosístico e tendencioso para o progressivo dos três LPs)

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Blue Oyster Cult, banda subestimada, mas que fez um punhado de álbuns antológicos. O primeiro, escuto agora, já traz a guitarra endiabrada de Buck Dharma. A banda sempre teve envolta em mistéiro, eram raras as fotografias e poucos sabiam da vida dos músicos. O culto da ostra azul envolvia com essa postura sem-cara, até que seu sempre bem dosado comercialismo começou a dominar o som em Revolution By Night, de 1983.

blue oyster cult (72)- ****
tyranny and mutation (73) - ****
secret treaties (74) - ****
on your feet, on your knees (75) - ****1/2
agents of fortune (76) - *****
spectres (77) - *****
some enchanted evening (78) - ****1/2
mirrors (79) - ***1/2
cultossaurus erectus (80) - ****1/2
fire of unknown origin (81) - ****1/2
extraterrestrial live (82) - ****
revolution by night (83) - **
club ninja (86) - *1/2
heaven forbid (98) - ****

os que não constam nesta lista eu nunca ouvi.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

fui hoje ao atacadista pegar a coletânea dupla do Manic Street Preachers, mas desisti. para minha surpresa, o disco sairia por 59,50, praticamente $60. um roubo. a responsável é a Sony, mas o absurdo é cometido por todas as grandes gravadoras. é difícil acreditar que eles estejam realmente contra a pirataria.