segunda-feira, dezembro 27, 2004

Yes

(uma homenagem ao Valente e ao Claudio)

Yes (1969) * * * *1/2
Time and a Word (1970) * * * * *
Yes Album (1971) * * * *
Fragile (1972) * * * * *
Close to the Edge (1972) * * * * *
Yessongs (triplo ao vivo) (1973) * * * * ½
Tales From Topographic Ocean (1973) * * ½
Relayer (1974) * * * * ½
Yesterdays -coletânea (1974) * * * *
Going for the One (1977) * * * *
Tormato (1978) * ½
Yesshows (1980) * * * *
Drama (1980) * * * *
Classic Yes –coletânea (1981) * * * * ½
90125 (1983) * * * *
90125 Live: The Solos (1985) * * ½
Big Generator (1987) *
Union (1991) *
Talk (1994) *
Keys to Ascension (capa azul) (1996) * * * ½
Keys to Ascension 2 (capa rosa) (1997) * * * ½
Open Your Eyes (1997) *
The Ladder (1999) *
Magnification (2001) *

Dois terços da banda:

Anderson-Brufford-Wakeman-Howe (1989) * *

Discos solos e outros projetos num futuro post…

terça-feira, dezembro 21, 2004

Cotações Black Sabbath (em homenagem ao Bury)

Queria só comentar que acho um absurdo quem não gosta de Sabbath porque o Ozzy canta mal. Esse tipo de argumento me irrita, a não ser que venha de alguém que não gosta de nada que não seja bem tocado, bem produzido, com muita técnica. Mas aí o gosto musical passa tão longe do meu que nem dá pra discutir. Pra quem gosta, mas não adora a banda, (re) ouçam Sabotage, disco que tem Ozzy no máximo da voz estranha, como se fosse captada de outra galáxia. Esse clima Space Metal do disco me encanta. Tem “Am I Going Insane (Radio)”, uma das canções mais birutas dessa fase da banda. E tem “Supertzar”, com a guitarra de Iommi voando pra outro planeta. E tem muito mais...É o mais próximo que o Sabbath chegou do Hawkwind. Assim como Never Say Die (outra obra-prima injustiçada) é o mais próximo que a banda chegou de Herbie Hancock (ouvir Headhunters, Thrust). Com o Dio também é bom, mas nem tanto. E com o Gillan é outra banda, mais pesada e demoníaca. Pena que só tenha durado um disco.
Bom...aí vai. Aos mais exigentes, lembro que as datas foram de memória, então algum errinho deve ser perdoado.

Black Sabbath (1970) * * * *
Paranoid (1971) * * * *
Master of Reality (1971) * * * * *
Volume 4 (1972) * * * * *
Sabbath Bloody Sabbath (1973) * * * *1/2
Sabotage (1975) * * * * *
We Sold Our Soul to R’n’R (1976) – coletânea dupla * * * * *
Technical Ecstasy (1976) * * *1/2
Never Say Die (1978) * * * * *
Heaven and Hell (1980) * * * *
Mob Rules (1981) * * * *1/2
Live Evil (1982) * * * *
Born Again (1983) * * * *1/2
Seventh Star (1986) * *1/2
Eternal Idol (1987) * *
Headless Cross (1989) *
Tyr (1990) *1/2
Dehumanizer (1992) * *1/2
Cross Purposes (1994) * * *
Forbidden (1995) * *
Reunion (ao vivo) (1998) * * *

É isso. Gosto do Cross Purposes. Acho que mesmo contando com Tony Martin o disco tem classe. Além de uma balada magnífica: “Dying For Love”.

Próximo post: cotações Yes (a pedido de Eduardo Valente)

sábado, dezembro 18, 2004

Escuto agora o maravilhoso Concert (1984 * * * *1/2) , do The Cure. Não sei por que muitos cismam com esse disco fenomenal, ao vivo sem overdubs, com uma quase-formação clássica (só Simon Gallup está ausente). Qualquer disco que tenha seqüência tão inspirada quanto "One Hundred Years", "A Forest" e "10:15 Saturday Night" merece os maiores elogios.

às vezes acho que Kevin Rowlands (Dexy's Midnight Runners e depois carreira solo) e Robert Smith são a mesma pessoa. Ambos cantam igual, com voz chorosa, ambos foram geniais (Bob Smith por muito mais tempo), e ambos não fazem coisas realmente boas desde muito tempo. The Cure, se acabasse depois de Wish, ia ter uma das maiores discografias do rock, mas seguiu fazendo discos burocráticos. E este que vos escreve gosta mais de Cure que de Joy Division, só pra se ter uma idéia do quanto eu amo essa banda.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

The Red Hot Chili Peppers…ou…a descoberta de uma fórmula:

Gosto muito de quando eles vislumbraram a possibilidade de um crossover ser sucesso comercial. Eles não inventaram nada, mas popularizaram a mistura, a influência funk no rock e vice-versa (lembrando que os dois primeiros são bem mais funk). No primeiro, falta sal, nada decola. No segundo, a produção de George Clinton ajuda, mas eles só acertam em cheio no terceiro (e melhor da banda), Uplift Mofo Party Plan. Mother's Milk é uma boa seqüência, mas Blood Sugar... descobre a balada FM, com a voz de Kiedis irritando como nunca. Seria o princípio de uma acomodação criativa. Nos dois complicados discos seguintes, ainda respira-se um ar de risco e de loucura, em grande parte graças a Flea. Em By the Way, parece que Kiedis domina, e a banda naufraga de vez.

The Red Hot Chili Peppers (1984) * *
Freaky Styley (1985) * * *
The Uplift Mofo Party Plan (1987) * * * *
The Abbey Road EP (1988) * * *
Mother's Milk (1989) * * * *
Blood Sugar Sex Magik (1991) * * *
One Hot Minute (1995) * * *
Californication (1999) * * *
By the Way (2002) *

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Editorial corajoso e pertinente do amigo Regis Tadeu, editor da revista Mosh, uma ótima opção para quem quer algo impresso sobre música e comportamento:

A pirataria mora ao lado
Estava eu pensando no que escreveria neste editorial, nas novidades que contaria a você – como a seção Radar, em que abordaremos apenas os lançamentos de bandas nacionais que estão começando a engatinhar em suas próprias carreiras – quando percebi que algo está me incomodando profundamente este mês. Por isso, resolvi colocar neste espaço o mesmo artigo que escrevi este mês na coluna Entre Linhas, que mantenho mensalmente na revista Cover Guitarra. Desculpe a repetição, mas preciso desabafar com você, caro leitor, a respeito de algumas coisas que ninguém anda com coragem em falar abertamente.O negócio é o seguinte: estou começando a achar que essa coisa de pirataria de CDs, downloads gratuitos, MP3 e o raio que o parta não é o monstro sanguinário e assassino que todo mundo se esforça para nos lembrar. Senão, vejamos...Um dos primeiros a levantar essa lebre foi o jornalista Lúcio Ribeiro, da Folha de São Paulo. Ao relatar que o novo disco da banda Libertines foi direto para o primeiro lugar da parada inglesa, ele escreveu que tal fato era “um tapa na cara da indústria musical”. Se você não está entendendo, eu explico: o tal disco, batizado com o nome do grupo, simplesmente estava disponível na Internet quase dois meses antes de seu lançamento. Na íntegra! Tal fato fez com que o álbum batesse recordes de downloads, etc, etc... Só que na mesma semana em que foi lançado oficialmente, The Libertines foi direto para o topo das paradas não apenas da Inglaterra, mas de quase todos os países da Europa. Afinal de contas, o que houve? O que aconteceu foi que mesmo quem tinha baixado o disco nos Soulseeks da vida não pestanejou na hora de comprar o CD oficial, porque já conhecia as músicas, tinha gostado do que tinha ouvido, foi na loja, viu que o preço não era exorbitante (se comparado com a renda média de seu salário), comprou e levou para casa um disco bem gravado, com encarte bacana e o escambau... Sim, você vai dizer que o cara mora na Inglaterra, tem grana, blá, blá, blá, que no Brasil todo mundo é pobre, bla, blá, blá... Aquela velha ladainha de sempre...Sabe qual a explicação? Não importa o lugar no planeta: se a música é boa e está disponível a um preço acessível, neguinho vai comprar o CD oficial, mesmo que ele já tenha uma cópia mal ajambrada em CD-R.Agora, pare para pensar nas pessoas de classes menos favorecidas... Sim, aquelas que todo mundo diz que são as maiores consumidoras de CDs piratas, essas víboras insensíveis que se recusam a pagar quase R$ 40,00 pelo disco do Bruno & Marrone, que optam pela cópia xerocada e xexelenta do camelô a cinco reais. Será que essa massa de gente não acha que, no fundo, a música criada por seus ídolos é uma bela porcaria?Mesmo sem saber, será que essas pessoas não sentem que as canções de seus grupos, duplas e artistas preferidos têm uma vida muito curta na memória de seus admiradores? Resumindo: por que esses cidadãos mesquinhos têm que gastar boa parte do (ridiculamente baixo) salário mínimo para comprar um CD que ele vai enjoar de ouvir em 15 dias?Se você ainda acha que estou de miolo mole, faço aqui a pergunta que não quer calar, mas que ninguém tem coragem de fazer: será que não são os próprios artistas a financiar a pirataria de seus próprios produtos? E digo “produtos” porque é exatamente dessa forma que a música é encarada hoje em dia... Como você explica o fato de um CD estar na banca do camelô 20 dias antes de seu lançamento? Como se explica que já haviam cópias - legendadas - em DVD do filme Kill Bill Vol. 2 três semanas antes do lançamento nos cinemas?Ponha-se no lugar de um artista de sucesso – um cara chamado Mahloney, por exemplo. Imagine que ele ganha 2% sobre o valor de venda para o atacado de cada unidade oficial do CD que acabou de gravar – algo em torno de R$ 0,50 por unidade. Se ele resolver piratear o seu próprio disco, colocar as cópias nas barracas dos camelôs e fazer um acordo em que 60% do valor do CD-R fique para ele e 40% para o “funcionário”, ele vai lucrar... R$ 3,00 por CD-R!!!É para se pensar, não?

Dizem que Black Sabbath sem Ozzy Osbourne não existe. Pois bem...ouçam com atenção ao Born Again e ao Mob Rules e depois a gente conversa.
Agora, de tudo que veio depois do Born Again, pouco se salva. Algo do Cross Purposes e do Dehumanizer. Mas muito pouco, se comparável aos dois discos citados no parágrafo acima. Tony Martin sucks!!!

sábado, dezembro 11, 2004

Ouvindo agora a genial banda black Grahan Central Station (LP Ain't No 'Bout-a-doubt It, 1975 * * * * *). Uma guitarra de tirar o fôlego, lembrando Eddie Hazel no Funkadelic, abre o disco e serve como cartão de visitas do funkão pesado da banda, com destaque para a voz linda de Chocolate, o toque feminino da banda (vários deles revezam no vocal). Faz pensar, e muito, como a black music dos anos 70 conseguiu um alcance que a de hoje não tem. Bandas como Tower of Power, War, o combo de George Clinton ("Parliafunkadelicment") e até o mais vilipendiado, mas igualmente genial, EWF têm grande aceitação entre os roqueiros menos bitolados, o que não acontece tanto com a black music de hoje. Não gosto muito de conclusões que levam a uma suposta inferioridade de uma em relação a outra, mas que a diferença de aceitação faz pensar é inegável
Eu não tenho a menor dúvida de que "This is Where I Belong", do Kinks, é a maior canção pop já feita. Kinks, por sinal, é a maior banda de todos os tempos, e bastariam dois discos pra provar isso: Face to Face (1966) e Village Green Preservation Society (1968). Pena que os discos são muito caros, mas qualquer loja que se preze deve ter pelo menos esses dois. Ou seja, nossa Jardim Elétrico só se tornará uma loja decente em meados de janeiro, quando os importadores voltarem a funcionar.