sábado, março 15, 2008


Acima estão os dois melhores discos de Peter Gabriel. O de cima é o terceiro, de 1980, intitulado Peter Gabriel (também chamado de Peter Gabriel 3), e é geralmente tido como sua obra-prima. O de baixo é o meu preferido, Peter Gabriel (também chamado de Peter Gabriel IV), de 1982, que nos EUA foi chamado de Security.
O ótimo Stephen Thomas Erlewine, editor do All Music Guide, vai com a maioria, e acha que com o IV ele deu uma guinada em direção ao pop. Pois eu acho que essa guinada para o pop se deu desde seu último disco com o Genesis, o belo álbum duplo e conceitual chamado The Lamb Lies Down on Broadway (1974), que poderia muito bem se chamar Papai Maurice Ravel nos Mostrou o Caminho (e aqui eu brinco com a influência do músico francês e com o personagem retratado no disco, o portoriquenho Rael. Talvez esse IV seja o menos pop da carreira de Gabriel desde então. Cheio de sutilezas e texturas, explorando percussão e efeitos eletrônicos, com melodias se escondendo sob arranjos intrincados e geniais. Um discaço pra ninguém botar defeito. É sua verdadeira obra-prima, com composições sensacionais como "I Have the Touch", "The Family and the Fishing Net", Lay Your hands on Me", "Wallflower" e "Kiss of Life". O terceiro também seria, não fosse a faixa "Biko", que eu nunca tive a oportunidade de enjoar, pois nunca a admirei. Mas tem "I Don't Remeber", "Games Without Frontier", "Intruder" e "And Through the Wire".
Depois de So (1986) começa uma vagarosa e marcante decadência, culminando com o equívoco completo que foi Up (2002), disco que tenta, sem sucesso, acompanhar a linha evolutiva da música pop. Mas não se enganem, Peter Gabriel já foi dos maiores compositores que a música pop teve, com e sem o Genesis.

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