terça-feira, março 06, 2007


O preconceito continua prejudicando o conhecimento dessa banda maravilhosa. Meu irmão, por exemplo, um dos maiores conhecedores de música pop desde os anos 50 até hoje, sempre diz que a banda é o Peter, Paul & Mary do Prog. Até tem sua razão, mas ele se esquece que a banda conta com dois dos melhores músicos da história: o baixista Jon Camp, e o tecladista John Tout. São as duas maiores razões para se escutar os discos da banda até 1979. Depois, eles cairiam na fórmula pop que impregnou o prog decadente do final dos anos 70, e realizaram dois discos risíveis. Confesso que por causa disso, deixei de acompanhar a carreira deles, e mesmo a elogiada obra solo de Annie Haslam, essa vocalista tão festejada pelos fãs. Sua voz é realmente bonita, em alguns momentos, celestial. Mas o segredo do Renaissance, o ingrediente que os tornam sensacionais dentro do universo prog, é mesmo baixo e piano.
Os discos que eu ouvi:
Renaissance (1969) * * * * *
Illusion (1970) * * * *
os dois discos acima têm formação completamente diferente, com Keith Relf (ex-Yardbirds, depois Armageddon) como timoneiro, e sua irmã Jane Relf, de voz tão linda quanto a de Haslam, mas injustamente esquecida. Contava ainda com o ótimo baixista Louis Cenammo, e o tecladista virtuose e erudito John Hawken, ambos excelentes, mas que não souberam criar uma identidade para a banda, apesar do primeiro disco ser uma obra-prima.
Prologue (1972) * * * *
Ashes Are Burning (1973) * * * * *
Turn of the cards (1974) * * *
Scheherazade & Other Stories (1975) * * * * *
Live at Carnegie Hall (1976) * * *
Novella (1977) * * * *
A Song for All Seasons (1978) * * * *
Azure D'Or (1979) * * * *
Camera camera (1981) *
Time Line (1983) mico
Scheherazade tem uma música mais fraca, que puxaria o disco para as 4 estrelas (lembrando que aboli a meia estrela para seguir o padrão da Paisà): "The Vultures Fly High". Mas "Ocean Gypsy" é tão boa, tem uma melodia tão magnífica, que compensa. "Can You Understand", a faixa de abertura de Ashes are Burning, tem um piano que, sozinho, justifica as cinco estrelas dadas para o disco.

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